Globalização: O poder das empresas portuguesas no mundo

O crescimento empresarial não sobrevive sem a internacionalização. A aprendizagem já adquirida por grandes empresas nacionais pode ajudar outras a quebrar o medo e a inércia de sair de Portugal

António Sarmento
Maio 31, 2024
12:15

A Associação Business Roundtable Portugal (Associação BRP) apresentou o Globalizar, um novo projecto que visa simplificar e promover a internacionalização das pequenas e médias empresas nacionais (PME), ao oferecer uma rede de espaços de acolhimento que tira partido das instalações que as empresas associadas têm nas diversas geografias onde operam. De Chicago a Santiago do Chile, passando por Milão ou Paris, o projecto arranca com mais de 40 espaços de trabalho, distribuídos por 14 países, em três continentes – África, América (do Sul e do Norte) e Europa.
Cientes das dificuldades e os custos elevados que a entrada em novos mercados externos representa, nesta primeira fase, os espaços de trabalho serão disponibilizados pela Corticeira Amorim, BA Glass, Bial, Delta, Logoplaste, Nors, Sogrape, Sovena e Sugal Group, empresas com presença em várias cidades por todo o mundo.
Além de tirarem partido das instalações disponíveis (até dois postos de trabalho por empresa candidata), as PME podem ainda beneficiar do acesso às equipas locais dos associados do BRP. «O crescimento empresarial não sobrevive sem a internacionalização. No entanto, sabemos que as PME, especialmente aquelas que estão a iniciar este processo, enfrentam uma série de obstáculos, como a escassez de recursos ou a complexidade regulatória e cultural, que acabam por levar muitos bons projectos a fracassar», salienta António Rios de Amorim, vice-presidente da Associação BRP, e presidente e CEO da Corticeira Amorim.

«O Globalizar vem ajudar as PME a superarem essas barreiras, tornando esse processo mais simples e eficaz. Ao tirar partido da posição internacional que as empresas do BRP detêm, que se consubstancia num capital de conhecimento e experiência único, as PME podem tornar a entrada no mercado mais célere e sustentada. Acreditamos que este apoio fará uma diferença no sucesso destas empresas e no seu caminho para se tornarem nas empresas grandes e globais que Portugal precisa – empresas mais produtivas, criam maior riqueza, pagam melhores salários e investem mais», conclui.
Filipe de Botton, presidente da Logoplaste e líder do grupo de trabalho Globalização da Associação BRP, refere que «o Globalizar é a oportunidade que as nossas empresas gostariam de ter tido quando estavam a dar os primeiros passos nos mercados internacionais. Estamos entusiasmados por podermos receber as PME, ajudá-las a construir a sua rede internacional e a impulsionar o seu crescimento global».
«O programa Globalizar, iniciativa que surge na sequência do “Protocolo de Colaboração” entre a AICEP e a Associação BRP, virá ajudar as PME nacionais a entrar em mercados externos. Em particular nos mercados extracomunitários, este apoio com espaço físico, conhecimento local, económico, comercial, legal, normativo e cultural, é valioso e casa com o trabalho das delegações da AICEP no apoio ao acesso aos mercados internacionais pelas empresas nacionais exportadoras», destaca Filipe Santos Costa, presidente da AICEP.

As grandes empresas são o principal motor da economia e um elemento imprescindível para estimular o crescimento do país.
Estima-se que se em 2019 tivessem surgido 150 novas grandes empresas, estas teriam contribuído mais 4% para o Valor Acrescentado Bruto a preços de mercado (VABpm), mais 5% de receita fiscal agregada e mais 10% em exportações. Esta é uma das principais conclusões do estudo “Análise prospectiva do impacto do crescimento das grandes empresas em Portugal”, um trabalho de investigação desenvolvido pela NOVA Information Management School (NOVA IMS) em conjunto com a Associação Business Roundtable Portugal (Associação BRP), e que tem como objectivo avaliar
o impacto das grandes empresas na economia nacional.
Através da análise efectuada, verificou-se que entre 2016 e 2019 – período em que o número de grandes empresas cresceu de 1038 para 1291 – este tipo de organizações apresentaram um VABpm 10 vezes superior a uma empresa média e, em 2019, as grandes empresas foram, em média, cerca de 3,7 vezes mais produtivas que as médias. Já a nível salarial, as grandes empresas gastaram uma média de 30 900 euros por trabalhador, mais 30% que as médias e mais 70% que as pequenas. No que respeita ao investimento em projectos de investigação e desenvolvimento (I&D), verificou-se que, em média, o investimento das grandes empresas foi seis vezes superior face ao investimento das médias empresas, entre 2016 e 2019.

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