André Ventura reagiu, esta terça-feira, a partir da sede do Chega, à polémica levantada sobre as suas declarações sobre as capacidades de trabalho do povo turco.
“O ambiente político em Portugal manteve-se com o mesmo estado de alucinação em que grande parte dos portugueses não consegue dele desligar. A imagem do povo turco a desencadear uma enorme tempestade política e um debate aceso sobre a liberdade de expressão e os seus limites, isto é politicamente absurdo. Enquanto o país sofre, paramos para discutir se um deputado pode ou não dizer se o povo turco não é conhecido por ser o mais trabalhador do mundo. Seríamos comédia em alguns países”, refere André Ventura.
“Os deputados e líderes dos partidos representam aqueles que neles votaram. Ninguém pode ser censurado ou limitado no seu pensamento em Portugal – pode enfrentar as consequências criminais, civis e administrativas dessa situação. A liberdade de expressão só foi defendida até ao momento em que um partido como o Chega entrou na Assembleia da República. Quando entrámos, deixaram de a defender. Começaram a estender limites”, acusa o presidente do Chega.
“É lamentável que num país com 50 anos de democracia não se saiba viver com liberdade de expressão. O que aconteceu nos últimos dias é uma estratégia concertada da esquerda para atacar o Chega e o presidente da Assembleia da República [Aguiar-Branco]. E foi bem-sucedida: o presidente da Assembleia da República está isolado, apenas com o apoio do Chega”, avança Ventura.
“É evidente que há limites que devem ser respeitados. Mas neste caso é mais fundo do que isso: a esquerda, e algum centro-direita, têm saudades do antigo presidente da AR, Augusto Santos Silva, que fazia gala perante o país de se achar o professor da boa moral, da boa ética e das boas palavras”, aponta Ventura. “É o país a enlouquecer.”
“Devíamos ser os primeiros a não querer a censura de volta. Estou convicto de que a maioria dos portugueses entendeu o que eu quis dizer e não querem qualquer limite à liberdade de expressão. O Chega não se oporá a ouvir quem se quiser ouvir”, conclui.














