Russos estão a comprar terminais Starlink no mercado negro para coordenar ataques na Ucrânia

Os terminais Starlink estão a ser vendidos, enviados e usados ​​na Ucrânia ocupada através de um complexo mercado negro que se estende até o Sudão, relatou esta terça-feira a publicação ‘Wall Street Journal’, que indicou que as forças russas utilizam regularmente a tecnologia, desenvolvida pela SpaceX de Elon Musk, para coordenar ataques no leste da Ucrânia e na Crimeia, graças à ajuda de uma complexa rede informal de vendedores do mercado negro e voluntários russos.

Segundo a publicação americana, as forças de Putin conseguiram este ano trazer a tecnologia para o campo de batalha, apesar das numerosas restrições: o uso do Starlink no conflito entre Ucrânia e Rússia destacou as dificuldades enfrentadas pelas empresas de tecnologia na navegação em geopolíticas complexas.

Há também um mercado negro a prosperar no Sudão, embora o uso de terminais não seja lá autorizado: os terminais são ativados no Dubai, depois enviados para o Sudão através do Chade ou do Sudão do Sul. Depois, na Rússia, os vendedores compram os terminais no estrangeiro – incluindo nos Estados Unidos – ou no eBay para depois contrabandear para o país, antes de serem transferidos por voluntários para as tropas russas na Ucrânia.

Elon Musk rejeito, em fevereiro último, as alegações da Inteligência militar da Ucrânia de que os terminais estão a ser sistematicamente utilizados pelas forças russas na Ucrânia. “Até onde sabemos, nenhum Starlink foi vendido direta ou indiretamente para a Rússia”, escreveu o multimilionário na rede social ‘X’. Já o ministro da transformação digital da Ucrânia, Mikhailo Fedorov, salientou que estava a trabalhar com a SpaceX para resolver o problema.

No entanto, segundo a publicação americana, os retalhistas online na Rússia anunciam abertamente a tecnologia, por vezes ligando-se diretamente a vendedores americanos no eBay.

Starlink tem a capacidade de “cercar geograficamente” os dispositivos para evitar o seu uso em países onde não são autorizados, além de ter o poder de desligar terminais individuais. Mas os vendedores na Rússia dizem que a Crimeia e a Ucrânia ocupada não estão sob tal controlo.

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