Dia das Mentiras celebra-se hoje: qual é a origem deste dia?
Todos os anos, o dia 1 de abril é marcado por brincadeiras e partidas: isto porque a data é conhecida como o Dia das Mentiras. Além das brincadeiras entre amigos, grandes marcas e órgãos de comunicação social aproveitam a data para criar uma história invulgarmente verdadeira e que deixa dúvidas no leitor.
Mas qual é a origem deste dia?
Existem algumas versões sobre a origem do Dia das Mentiras, sendo que a mais popular aponta a culpa a ‘França’: mais concretamente em 1582, quando o calendário juliano foi substituído pelo calendário gregoriano, que usamos até à atualidade.
No calendário antigo, o Ano Novo era comemorado a partir do dia 25 de março, início da primavera no Hemisfério Norte, até ao dia 1 de abril. Esse sistema, no entanto, não considerava a translação da Terra (movimento que o planeta faz ao redor do Sol) e gerava defasagens consideráveis nas datas.
Em 1582, no Concílio de Trento, importante reunião da Igreja Católica, o Papa Gregório XIII sugeriu a atualização do calendário, criando-se assim o atual, que estabelece o primeiro dia do ano em 1 de janeiro. Em 1563, o rei francês Carlos IX propôs a mudança da celebração francesa para 1 de janeiro.
Uma parte da população francesa, insatisfeita com a mudança, terá decidido não seguir a nova ordem e mantiveram a festa como era antes. Essa decisão transformou os ‘festeiros’ em alvos de gozo, que passou a chamá-los para festas inexistentes do Ano Novo para assim brincar com a celebração – passaram a ser chamadas de ‘Poisson d’Avril’, expressão em francês que significa “tolos de abril”.
A ‘moda’ pegou e espalhou-se pelo mundo, em particular no Reino Unido, com a ‘BBC’, rede de notícias pública do Reino Unido, a ser responsável por partidas que causaram revolta generalizada entre a sociedade.
Em 1980, o canal gerou revolta no público ao anunciar que o relógio mais famoso do mundo, o Big Ben, seria substituído por um relógio digital e rebatizado como “Digital Dave”. A piada gerou a revolta e a estação foi ‘inundada’ de reclamações.
Entre as mais famosas mentiras, que resistiram à passagem do tempo, está a peça da ‘BBC’ de 1957 sobre uma árvore que produzia esparguete, na Suíça, ou a do “Daily Mail”, em 1981, a informar os leitores que um atleta japonês pensava que tinha de correr 26 dias e não 26 milhas para participar na maratona de Londres.
Do outro lado do Atlântico, ficou famosa a NPR (‘National Public Radio’), quando em 1992 anunciou que o ex-presidente Richard Nixon se candidataria novamente à Casa Branca. A notícia causaria menos alarde caso qualquer outro nome tivesse sido anunciado, mas Nixon havia sido deposto em 1974 após o longo escândalo político conhecido como Watergate.
Ou o ‘Sino da Liberdade’, um marco histórico da cidade de Filadélfia, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, que foi usado para convocar os cidadãos da Filadélfia para a primeira leitura pública da Declaração de Independência do país em 1776. Em 1996, a rede de fast food Taco Bell anunciou em grandes jornais como o “Philadelphia Inquirer”, o “New York Times” e o “Washington Post”, que havia comprado o monumento para ajudar a “reduzir a dívida nacional”.
Por cá, o anúncio de autocarros de três pisos, Bin Laden no Algarve e o Centro Cultural de Belém a afundar foram algumas das mentiras publicadas nos jornais que mais deixaram saudades.