“Não devemos dignificar o acontecimento com o nome de eleições”: Gomes Cravinho salienta que reeleição de Putin não “foi livre nem justa”

João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros, esteve esta segunda-feira reunido em Bruxelas com os homólogos europeus e, via videoconferência, com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, garantiu que as eleições na Rússia “não são reconhecidas como livres e justas”. “Manifestamente, não foram”, indicou.

“Não devemos dignificar este acontecimento com o nome de eleições. O que aconteceu na Rússia não tem dignidade. É um paradoxo que as ditaduras sentem com a necessidade de se legitimarem, internacional e internamente, através de exercícios que procuram simular uma eleição mas não tem qualquer tipo de credibilidade”, precisou o ministro socialista.

“Se Putin tivesse demonstrado ser-se capaz de bater de igual para igual com pessoas como Navalny ou outros rivais, talvez merecesse a ideia de que saia mais forte. Mas um ditador que precisa de eliminar rivais para ganhar eleições, não creio que seja considerado como saindo mais forte”, explicou o ministro, que avançou a possibilidade de os 27 desenvolverem mais sanções contra o Irão, pelo fornecimento de mísseis à Rússia, assim como a 30 indivíduos e entidades pela direta ação na morte de Navalny.

“Se a Rússia fosse uma democracia plena, duvido muito que tivesse esse instinto e pudesse sustentar a guerra”, referiu João Gomes Cravinho, que sublinhou o entusiasmo europeu pelo fornecimento de munições a Kiev. “Temos de reforçar o apoio militar – Portugal avançou com mais 100 milhões de euros num projeto conjunto com a Rep Checa. O apoio de 5 mil milhões de euros da UE já está aprovado, é um passo muito positivo, mas não será o último apoio através deste mecanismo”, concluiu.

O conflito em Gaza também foi alvo da atenção dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE. “Infelizmente, não há muita unidade na UE na forma como olhamos para Gaza. Mas temos uma fortíssima maioria, onde se inclui Portugal, que mostrou consternação muito grande e uma preocupação profunda pelo que se passa em Gaza”.






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