Presidenciais da Rússia: ucranianos das regiões ocupadas são forçados a votar por soldados russos armados

Os ucranianos das regiões ocupadas estão a ser forçados a comparecer nas urnas para projetar a ideia de uma forte adesão às eleições presidenciais na Rússia, que arrancaram esta sexta-feira e duram até domingo. A denúncia chegou do chefe da administração regional de Zaporihzia, que indicou que os colaboradores russos vão de casa em casa “com urnas de voto”, acompanhados por soldados armados.

A votação antecipada arrancou no início desta semana em alguns locais de quatro regiões temporariamente ocupadas: Zaporihzia, Kherson, Donetsk e Lugansk. A intenção das autoridades russas é juntar o maior número possível de votantes para dar a aparência de grande afluência às eleições.

Tal como no anterior “referendo”, Moscovo pretende legitimar a ocupação e a invasão em grande escala da Ucrânia iniciada em 2022.

As pessoas, tanto nas aldeias como nas cidades, foram visitadas e podem preencher os papéis diretamente nas suas casas. As forças de ocupação invocam razões de segurança “para não obrigar as pessoas a sair de casa”. Mas, pelas mesmas razões, estas “comissões de voto móveis” são quase sempre acompanhadas por pessoas armadas.

Durante essas visitas, são recolhidos dados pessoais para compilar listas de “eleitores” e, por vezes, os residentes são filmados.

Kiev já declarou inequivocamente que as eleições nos seus territórios ocupados, uma votação à “mão armada”, são ilegais e fictícias. Perante as técnicas de coação utilizadas pelos ocupantes, as autoridades ucranianas deixaram claro que, para quem não estiver disposto a apoiar Moscovo, mas for forçado a fazê-lo sob a mira de uma arma, não haverá consequências legais.

“Temos apenas um conselho: sob ocupação, o mais importante é sobreviver, manter-se vivo e manter a saúde. Se fores forçado a votar ou a participar num processo ilegal, não serás responsabilizado por isso perante a lei”, assegurou Ivan Fedorov, chefe da administração regional de Zaporihzia, que está parcialmente sob ocupação russa.

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