Descarbonização das empresas: O Investimento não pode ser um travão para um futuro sustentável
Por João Guerra, Marketing & Communication Director da Helexia Portugal
Num mundo cada vez mais consciente do impacto das alterações climáticas e da necessidade urgente de reduzir as emissões de carbono, a descarbonização das empresas tornou-se uma prioridade global. A descarbonização, representa um desafio, não por falta de ambição positiva, mas por falta de capacidade e governance para conduzir as mudanças necessárias. Outro desafio é o investimento necessário (CAPEX) para aplicar as medidas necessárias. Para uma empresa, será sempre uma escolha entre aplicar os recursos no seu negócio CORE ou em iniciativas de transição energética.
É crucial reconhecer que o investimento não pode ser um travão à descarbonização, mas sim uma alavanca para impulsionar a sustentabilidade ambiental e económica, potenciando também a competitividade das empresas.
A descarbonização não é apenas importante do ponto de vista ambiental, é também relevante numa perspetiva económica, uma vez que vai permitir que a empresa reduza custos com energia e operacionais a longo prazo, através da eficiência energética, da redução de resíduos e do uso responsável dos recursos naturais. Para além disso, num mercado onde a consciência ambiental é cada vez mais valorizada, as empresas que demonstrem um compromisso genuíno com a sustentabilidade têm uma vantagem competitiva significativa. Investir na descarbonização não é apenas uma obrigação ética, mas também uma importante estratégia de marketing, capaz de atrair e reter clientes preocupados com práticas sustentáveis.
Reconheço, no entanto, que o investimento necessário para realizar essa transição pode não estar ao alcance de todas as empresas. Para superar este obstáculo, os apoios que os governos e instituições financeiras fornecem é importante, mas não podem ser o único meio. As organizações que têm como intuito a descarbonização, têm à sua disposição empresas de serviços energéticos, que oferecem um serviço chave na mão, eliminando barreiras técnicas, financeiras e comportamentais para a otimização da utilização e consumo de energia. Tudo isto ocorre sem que as organizações tenham de investir capital ou alocar e contratar recursos.
Tem de existir uma confiança grande e uma estreita relação entre a empresa que vai prestar o serviço e a empresa cliente. A empresa de serviços energéticos tem de colaborar com a equipa do cliente para identificar as oportunidades de otimização energético, ter capacidade de as implementar, financiar e monitorizar os resultados.
Com esta abordagem holística e integrada, a competição interna entre o negócio CORE e as iniciativas de sustentabilidade desaparecem. O investimento e recursos necessários para redução de emissões em toda a cadeia de valor, é assegurado pela empresa prestadora de serviços energéticos
É importante e crucial promover uma mudança de mentalidade em relação ao investimento nesta área. Em vez de encará-lo como um travão, devemos reconhecê-lo como um catalisador para a transformação sustentável das empresas, uma oportunidade para impulsionar a inovação, a competitividade e o crescimento económico. Ao adotar uma abordagem proativa e investir em soluções de descarbonização, as empresas não apenas cumprem com as suas responsabilidades ambientais, mas também fortalecem a sua posição no mercado e garantem um futuro mais sustentável para todos.