“Utópico pensar que não iríamos ter”: Portugal deve preparar-se “para novas pandemias”, avisa DGS. Mosquitos são a maior preocupação
Portugal deve estar preparado para o surgimento de novas pandemias nos próximos anos, nomeadamente devido a doenças transmitidas por mosquitos, indicou Rita Sá Machado, diretora-geral da Saúde, salientando que serão surtos “mais focados”.
Em declarações à ‘CNN Portugal’, a responsável da saúde atribuiu à crise climática a responsabilidade da expansão das doenças vetoriais. “Temos de estar preparados para responder a novas pandemias. Iremos ter surtos mais focados e não de grandes dimensões, mas vamos tê-los nos próximos anos”, salientou Rita Sá Machado, num evento que decorreu no Centro Cultural de Belém. “Devido à crise climática há uma expansão das doenças vetoriais”, indicou, referindo que era “quase utópico pensar que um dia não os iríamos ter”.
“Temos de preparar o setor da saúde. Temos de estar preparados para a chegada dos vetores e para o caso de estes se infetarem”, apelou, indicando que a preparação envolve “parcerias com outras áreas”, tais como municípios, juntas de freguesia e a área ambiental.
“Temos uma rede de vigilância de vetores e percebemos que já está cá um vetor. Essa rede tem de se manter, é essencial para perceber se o vetor está infetado”, defendeu a responsável, sobre a preparação já em curso. “As autoridades de saúde estão preocupadas por natureza. E sim, temos de estar prontos para o que é uma próxima pandemia.”
De acordo com a responsável da DGS, o próximo inverno já está a ser preparado. “A mortalidade geral está associada a fenómenos extremos como o aumento das temperaturas. A promoção da saúde e a prevenção das doenças costumam ser o parente pobre, mas são uma grande fatia”, garantiu, lembrando o aumento de cerca de 75% do número de mortes associadas a “eventos extremos”.