EUA: Presidente da Câmara dos Representantes tem o destino da Ucrânia nas mãos

Mike Johnson, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, tem o destino da Ucrânia nas mãos: o republicano, a última escolha para liderar a amotinada maioria na Câmara no ano passado, poderia aliviar a agonia de Kiev e ajudar a garantir a sua sobrevivência como nação independente nos próximos dias, assim permita a votação de um projeto de lei que inclui 60 mil milhões de dólares que o Pentágono assegurou serem necessários para ajudar Kiev a lutar eficazmente.

No entanto, de acordo com a ‘CNN’, a relutância do republicano da Louisiana em o fazer deve-se ao poder crescente de Donald Trump no Partido Republicano e ao afastamento acentuado do seu partido na sua herança globalista pró-democracia.

Mike Johnson está sob crescente pressão em múltiplas frentes, no país e no estrangeiro: sem um acordo orçamental com o Senado, dominado pelos democratas, o Governo pode precipitar-se numa paralisação parcial até ao final desta semana. Esta terça-feira, haverá uma reunião dos quatro principais líderes do Congresso na Casa Branca que poderá ser decisiva.

A nível internacional, crescem os apelos dos republicanos que se opõem a mais ajuda a Kiev, em particular a ala pró-Trump. Assim o dilema de Johnson está a agravar-se: é o único homem, indicou a Administração Biden, que pode frustrar ou permitir a tentativa de Putin de varrer a Ucrânia do mapa. Volodymyr Zelensky já avisou que a Ucrânia não conseguiria repelir a Rússia sem ajuda. Os Governos estrangeiros têm apelado à ação de Johnson.

O destino do antecessor Kevin McCarthy, deposto no ano passado pelo seu próprio lado, lança dúvidas diárias sobre a capacidade de Johnson sobreviver. A ameaça surge do próprio flanco de extrema-direita do presidente da Câmara, num partido que é cada vez mais nacionalista, populista e isolacionista depois de ter sido transformado por Trump. Um pacote de ajuda de 60 mil milhões de dólares a uma democracia estrangeira é incompatível com o “Tornar a América Grande Novamente” do movimento do ex-presidente – e é amplamente contestado pelos eleitores republicanos nas bases.

Mas, mesmo que Johnson queira resgatar a Ucrânia, poderá ser politicamente impossível de o fazer: nada pode ser garantido num Congresso turbulento, com uma maioria republicana na Câmara dos Representantes que tornou os Estados Unidos quase ingovernáveis e está a ameaçar o papel de liderança global da América.

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