Rússia pode estar a preparar-se para minar eleições nos países ocidentais, avisam especialistas

A Rússia está a preparar iniciativas para desestabilizar os países ocidentais que vão enfrentar eleições, tanto legislativas como europeias, alertou esta quarta-feira o ‘Royal United Services Institute’, grupo de reflexão sediado no Reino Unido, com o objetivo de alargar a influência russa no Médio Oriente e em África, assim como minar as democracias ocidentais parceiras da Ucrânia.

“À medida que se prolonga a guerra na Ucrânia, a Rússia tem interesse em criar crises mais distantes”, salientaram os autores do relatório, Jack Watling, Oleksandr V. Danylyuk e Nick Reynolds, dando o exemplo dos Balcãs como uma região instável.

Os investigadores avisaram ainda para as estratégias da Rússia em polarizar as eleições ocidentais, apelando a uma vigilância reforçada nos países da NATO para ataques não convencionais. “A Rússia também tem um interesse ativo em desestabilizar os parceiros da Ucrânia e, com uma série de eleições em toda a Europa, há uma vasta gama de oportunidades para exacerbar a polarização”, alertaram.

Através de documentos obtidos dos serviços secretos russos e entrevistas com organismos oficiais na Ucrânia e em alguns estados europeus, o relatório teceu uma narrativa dos esforços da Rússia para alargar a sua influência para além do actual conflito na Ucrânia.

No relatório foi apontado ainda que os serviços especiais da Rússia procuram ativamente expandir a sua capacidade em diversas áreas que representam ameaças estratégicas aos membros da NATO.

Em primeiro lugar, o GRU está a reestruturar a forma como gere o recrutamento e o treino das tropas das forças especiais e está a reconstruir o aparelho de apoio para poder infiltrá-las nos países europeus. Em segundo lugar, o GRU assumiu internamente as funções do Grupo Wagner e prossegue agressivamente a expansão das suas parcerias em África com a intenção explícita de suplantar as parcerias ocidentais. Por último, o líder da Chechénia, Ramzan Kadyrov, está a ser usado para construir uma ampla rede de influência entre as populações chechenas e muçulmanas na Europa e no Médio Oriente, com o objetivo de contribuir para a subversão dos interesses ocidentais.

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