Eis as 4 competências de liderança essenciais de que os CEO precisam para enfrentarem uma crise
por: Lydia Dishman, Fast Company
Recentemente, tivemos um lugar colectivo na primeira fila para assistirmos à turbulência na OpenAI, onde testemunhámos um despedimento dramático e o regresso de um CEO, a nomeação de uma líder tecnológica interina, uma revolta dos funcionários para que a direcção se demitisse, e a passagem fácil do CEO despedido para uma posição de liderança disponível na Microsoft – tudo em 48 horas.
Foi o suficiente para causar um “efeito de chicotada” até ao fã mais devoto da tecnologia, mas a saga (tal como ainda se está a desenrolar) é uma lição objectiva sobre como a masculinidade tóxica continua a dominar Silicon Valley e se repercute no tecido da nossa cultura empresarial e nas ferramentas inovadoras que continua a desenvolver.
As implicações mais importantes para a equidade, ou a falta dela, são evidentes. Já sabemos que mulheres de todos os sectores – e não apenas da tecnologia – são impedidas de assumir a liderança. Um estudo recente revelou 30 características e qualidades diferentes da identidade de uma mulher, do sotaque à raça, da residência à posição profissional, que se tornaram pontos de crítica, criando barreiras ao sucesso das mulheres. «A mensagem clara para as mulheres é que – sejam elas quem forem – nunca estão correctas.» Esta é apenas mais uma razão pela qual tantos homens incompetentes se tornam líderes.
O mandato de Mira Murati como CEO durou menos de 48 horas, pelo que não se sabe ao certo que tipo de líder teria sido. Mas embora os bons gestores não sejam promovidos a cargos de chefia, é possível ser bom em ambos.
Comunicação
Outros estudos revelam que as mulheres são melhores a liderar em alturas de crise, simplesmente por uma questão de comunicação. Como refere Nahla Davies: «As mulheres usam, em média, entre 10 mil e 20 mil palavras por dia, contra cinco mil a 10 mil dos homens. No meio de uma crise em constante evolução, e sabendo que a comunicação é uma das competências mais importantes para a atenuar, é fácil perceber porque é que os líderes que comunicam mais podem ter uma vantagem.»
Alexa von Tobel observou que a comunicação é uma competência de liderança fundamental, principalmente durante uma crise. Isto aplica-se às actualizações necessárias e ao encerramento do ciclo. Afinal, escreve ela, «sim, é preciso resolver o problema de raiz, mas a comunicação pode ajudar a fazer com que todos se sintam envolvidos no trajecto consigo e dar-lhes a confiança de que tem tudo sob controlo».
Aprendizagem contínua
Dito isto, também sabemos que as mulheres são muitas vezes solicitadas a liderar durante uma crise e são frequentemente incumbidas do impossível: tentar dar a volta a um navio que se está a afundar. Este cenário de “penhasco de vidro” persegue muitas mulheres CEO (nomeadamente Meg Whitman e Marissa Mayer). À primeira vista, poderia parecer que qualquer líder – de qualquer género – estaria relutante em assumir grandes riscos até a situação estabilizar. Mas isso é muitas vezes um erro, segundo Kimberly King, da Hitachi Vantara. Ela escreve: «Cultive uma cultura de aprendizagem contínua, em que cada contratempo se torna uma pedra angular da sua experiência. Aproveite estes momentos cruciais para aperfeiçoar as suas estratégias, melhorar a sua capacidade de tomada de decisões e cultivar a inteligência emocional.»
Criatividade
A liderança em situações de crise também exige um nível de criatividade que pode ser um desafio mesmo nos melhores momentos. No entanto, como diz o CEO da Argonon, «se o seu negócio quer sobreviver e prosperar, é crucial ser um líder de mente aberta que se adapta rapidamente à mudança. E não é só isso: tem de inspirar a sua equipa a fazer o mesmo.»
Confiança
Claro que isto é mais fácil de dizer do que fazer, mas quando o caos e a incerteza estão na ordem do dia, é importante tomar o pulso às suas equipas com a maior frequência possível, aconselham Henrique Dubugras e Neal Narayani, da Brex. «Faça inquéritos à sua equipa com regularidade para obter feedback, altere o rumo conforme necessário e seja totalmente transparente nos processos de tomada de decisões», escrevem. «Se estabelecer uma base de confiança, a sua equipa irá acompanhá-lo.»
E por falar em confiança, é absolutamente fundamental para a saúde e o futuro de uma empresa garantir que os líderes e os membros da equipa confiam uns nos outros. «Os líderes que compreendem como os fluxos e refluxos da vida se relacionam com os desafios e sucessos da empresa são os que sabem quando devem abdicar do controlo e confiar nos seus colaboradores – estimulando o sucesso.»