Esta segunda-feira é Dia Nacional de Alerta para a Alienação Parental. Saiba o que significa

Assinala-se esta segunda-feira, dia 5 de fevereiro, o Dia Nacional de Alerta para a Alienação Parental, uma iniciativa da Associação Portuguesa para a Igualdade Parental e Direitos dos Filhos, que lançou em 2012 uma petição para a criação deste dia nacional. Mas o que significa alienação parental? Qual a finalidade de assinalar este dia?

A alienação parental é “uma forma de maus-tratos e de terrorismo psicológico contra a criança”, como define a própria associação. É também enquadrada como “um conjunto de comportamentos praticados pelo progenitor alienante, com o objetivo de criar uma relação de caráter exclusivo entre ele e a criança, de forma a excluir o outro progenitor”, segundo o Instituto Português de Mediação Familiar.

O divórcio é um dos fatores que mais pode contribuir para a alienação parental, já que, atualmente, “uma criança em cada quatro” vai ter de enfrentar a separação dos pais. E “nesta projeção não estão contempladas as crianças oriundas de uniões de facto ou de uniões esporádicas”, pois se estivessem “o número seria drasticamente maior”, sublinha a Associação Portuguesa para a Igualdade Parental e Direitos dos Filhos na sua página oficial.

Neste contexto, surge o conceito de Síndrome de Alienação Parental, que é “bastante recente e refere-se exatamente a estas situações de conflito entre pais”. É também considerado uma forma de maus-tratos infantis, no entanto, torna-se difícil detetar e abordar estas situações quando, por vezes, tudo “se passa entre quatro paredes”.

O Instituto Português de Mediação Familiar destaca três caraterísticas deste síndrome que devem ser levadas em consideração. Nomeadamente, o afastamento forçado, físico e psicológico das crianças em relação ao progenitor que é alienado; os atos jurídicos e comportamentais com o objetivo de isolar as crianças; e ainda o processo destrutivo da imagem de um dos progenitores.

Uma das consequências da alienação parental passa pela dificuldade que as crianças podem ter em estabelecer relações de confiança com outras pessoas. Além disso, podem apresentar baixa tolerância à raiva e à hostilidade, ter problemas de sono e de alimentação, ter sentimentos de culpa, comportamentos desviantes ou, ainda, desenvolver doenças psiquiátricas.

Apesar de já existir o Dia Internacional de Consciencialização para a Alienação Parental, comemorado a 25 de abril, a Associação Portuguesa para a Igualdade Parental e Direitos dos Filhos considerou que era necessário haver um dia nacional, em que fossem realizadas iniciativas para alertar e consciencializar para a alienação parental.

A associação prevê que uma maior consciencialização pode conduzir a uma maior intervenção da própria comunidade para evitar este tipo de comportamentos. Considera também que é importante formar profissionais que possam intervir atempadamente nestas matérias.

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