Ucrânia recebe hoje novos mísseis planadores com alcance de 160 km da Boeing: Kiev pode atacar alvos bem dentro da Rússia

Após testes bem-sucedidos nos Estados Unidos, a Ucrânia prepara-se para receber em breve o seu primeiro grande lote de mísseis de longo alcance fabricados pela Boeing, que promete estender as distâncias de ataques ucranianos até bem dentro do território controlado pela Rússia, garantiu esta quarta-feira a agência ‘Reuters’ – segundo o jornal ‘POLITICO’, é expectável que cheguem hoje ao campo de batalha.

Em causa estão as Bombas Terrestres de Pequeno Diâmetro (GLSDB) da Boeing, que vão ‘reforçar’ o número limitado de foguetes do Sistema de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS) enviados pelos Estados Unidos, têm um alcance de 160 quilómetros.

A nova ‘bomba planadora’ vai permitir aos militares ucranianos atingirem alvo a uma distância duas vezes maior do que a alcançada pelos HIMARS (Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade), o que fará os responsáveis russos terem de mover os seus abastecimentos ainda mais longe das linhas da frente.

Os últimos testes do GLSDB ocorreram no passado dia 16 no campo de testes da Base Aérea de Eglin, na Flórida (Estados Unidos), o que permitiu o início dos embarques. De acordo com fontes da agência de notícias, foram disparados seis foguetes sobre o Golfo do México.

Os Estados Unidos pretendiam enviar os lançadores e dezenas de ogivas através de transporte aéreo, sendo que o momento da entrega e a sua implantação final foram secretos para preservar o elemento surpresa.

As novas ‘bombas planadoras’, embora não tão poderosas, são muito mais baratas, mais pequenas e mais fáceis de implantar do que as ATACMS, o que as torna adequadas para muito do que a Ucrânia espera conseguir: interromper as operações russas e criar uma vantagem tática. “Já passou o tempo de encontrar meios criativos para fornecer a capacidade necessária para atacar profundamente e muitas vezes atrás das linhas russas”, salientou Tom Karako, especialista em armas e segurança do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.