Legislativas: Chega lidera nas sondagens entre os mais jovens. Especialistas alertam para efeito “castigo” ao PS e que “intenção não é voto”

As últimas sondagens colocam o Chega com posição reforçada como terceira força política, perante as intenções de voto para as próximas legislativas, a 10 de março, mas os mais recentes dados indicam que, na faixa etária dos 18-34 anos, é a preferência de maior parte, ultrapassando o PSD.

Até à última sondagem, indica uma análise do projeto ‘Sondagem das Sondagens’ da Renascença, o PSD liderava nas intenções de voto, nesta faixa etária mais baixa, mas ainda antes de ser formada a AD, o partido foi ‘ultrapassado.

De acordo com os dados agregados, é estimado que as intenções de voto na faixa etária mais jovem estejam em 22,5% no caso do Chega, e 21,9% no PSD, ainda assim empate técnico, devido às margens de erro.

Abaixo surge o PS, com 15,2%, IL, com 12,3%., BE com 8,1%, Livre com 4,3%, e PAN CDU, e CDS a registarem menos de 2% nas intenções de voto.

O cálculo é feito com distribuição proporcional de indecisos, tendo em conta que, se não fosse feito, representaria 13,8% dos jovens entre 18 e 34 anos.

No final de 2023, contas feitas, o Chega tinha 19,7% das intenções de voto, PSD19%, PS 13% e IL 10,9%.

O crescimento surge, assinalam especialistas ouvidos pela mesma rádio, na altura da crise política, e poderá estar relacionado com um efeito de “castigar” ou “provocar” o PS, na realização das sondagens.

Desde a Operação Influencer que o Chega subiu quase 5 pontos percentuais nas intenções de voto, ao mesmo tempo que a percentagem de indecisos disparou para s 13,8% (mais 5 pontos percentuais em dois meses e meio).

“É um fenómeno interessante. No fundo, é a ideia de que a crise política acabou por levar os jovens a castigar mais, de alguma maneira, o Partido Socialista e, pelos vistos, a recompensar mais o Chega”, assinala Pedro Magalhães, investigador do Instituto de Ciências Sociais (ICS) do ISCTE.

Ainda assim, o especialista diz que “uma coisa é a intenção de voto e que outra coisa é o voto”. Ou seja, a altura de votar é diferente de nos ligarem a perguntar em quem o vamos fazer, pelo que existe um desfasamento entre a expressão de vontade e comportamento adotado.

Por seu lado, António Salvador, diretor da empresa de sondagens Intercampus, recorda à mesma rádio que os jovens “tomam decisões com maior rapidez e facilidade”, pelo que, na altura de fazer ‘a cruzinha’, “o voto é capaz de ser mais volátil”, pelo que permanecem algumas dúvidas sobre o comportamento das faixas etárias mais baixas na próxima ida às urnas.

 

 

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