Polónia e Letónia apoiam recusa da Ucrânia em negociar paz com a Rússia se isso significar perda de territórios

Os ‘vizinhos’ da Ucrânia, Polónia e Letónia, defendem a posição de Kiev de recusar negociações de paz com a Rússia, de forma a pôr fim à invasão ordenada por Putin, se isso implicar que Moscovo mantenha os territórios que ocupou ilegalmente.

Andrzej Duda, Presidente polaco, sustentou esta terça-feira, citado pela CNBC, que a postura ucraniana é “perfeitamente compreensível”.

“Não é de admirar que as autoridades ucranianas não falem hoje com Vladimir Putin, porque foram claras desde o início”, disse o líder da Polónia no Fórum Económico Mundial, em Davos.

Desde início do conflito que Zelensky tem sustentado que quaisquer negociações de paz implicam sempre a restituição dos territórios ucranianos ocupados pelos russos. Já a Rússia opõe-se a tais exigências, e reclama que a Ucrânia resiste em sentar-se à mesa das negociações.

“Atacaram uma nação soberana independente, por isso não estou surpreso que o Presidente Volodymyr Zelenskyy e aqueles que trabalham com ele tenham certeza [do que querem] do fim da guerra. A guerra terminará quando expulsarmos os russos de todos os territórios ucranianos ocupados. Para mim isso é óbvio”, continuou Duda.

A mesma posição foi defendida pelo seu homólogo letão, Edgars Rinkēvičs, que acrescentou que os a Europa e restantes aliados da Ucrânia deveriam deixar a postura de apoio “enquanto for necessário”, a adotar uma postura mais interventiva, uma estratégia que conduzisse Kiev “à sua vitória”.

“O senhor Putin já disse que está pronto para lutar esta guerra até ao fim. Recentemente questionou a continuidade da existência da Ucrânia enquanto Estado. E se está a questionar isso, então a grande questão é o que virá a seguir…”, avisou o Presidente da Letónia.