Líderes mundiais e empresariais juntam-se em Davos. Quem vai estar presente? Eis o que precisa saber do “fórum das elites”

Mais de 100 líderes mundiais vão juntar-se a centenas de executivos e ativistas na estância de esqui de Davos, na Suíça, a partir desta segunda-feira, para a reunião anual de cinco dias do Fórum Económico Mundial, onde discutirão alguns dos maiores desafios globais.

Sob o manto branco, vão reunir-se as mentes mais influentes do mundo para enfrentar desafios globais urgentes, como garantir a paz, combater as alterações climáticas e orientar a revolução tecnológica para um futuro positivo.

São esperados mais de 100 governos, grandes organizações internacionais e as 1000 empresas parceiras do Fórum, juntamente com líderes da sociedade civil, especialistas, jovens ativistas, empreendedores sociais e meios de comunicação social.

 

O que é?

Davos é um resort situado na Suíça, onde se realiza todos os anos o encontro do Fórum Económico Mundial. Este Fórum é uma organização não governamental, que engloba cerca de mil das maiores empresas a nível mundial, reunindo milhares de líderes empresariais e políticos.

Foi fundado em 1971 pelo economista alemão Klaus Schwab, na época denominava-se Fórum Europeu de Gestão e servia para ajudar a melhorar a gestão corporativa das empresas europeias.

Em 1987, expandiu-se para uma plataforma de diálogo, adotando então o seu nome atual e em 2015 acabou por ser reconhecida como uma instituição internacional.

 

Qual o papel do fórum?

Normalmente, eram debatidas questões económicas pelos participantes, nas últimas três décadas o fórum acabou por ampliar a sua abordagem para outros assuntos mais globais. Nos últimos anos, líderes da China, Índia e Brasil também participaram no evento.

Todos os anos o tema muda. No ano passado, por exemplo, foi a vez da “Cooperação num mundo fragmentado”, adequado para procurar soluções para a atual crise económica, energética e de alimentos, segundo a organização.

O evento tem funcionado como uma plataforma de conversas e negociações internacionais. Em 1988, Grécia e Turquia assinaram uma declaração para impedir que os países embarcassem para a guerra. Em 1992, Nelson Mandela conheceu o então presidente sul-africano Frederik de Klerk, na sua primeira aparição fora de África do Sul.

 

Quais os temas da edição deste ano?

A 54ª Reunião Anual do Fórum Económico Mundial terá como tema central “Reconstruindo a Confiança”, para proporcionar o espaço crucial para recuar e concentrar-se nos princípios fundamentais que impulsionam a confiança, incluindo transparência, consistência e responsabilização.

A confiança na paz e na segurança diminuiu, com a cooperação global em queda desde 2016 e em queda livre desde 2020, disse o presidente do fórum, Borge Brende, num briefing.

“Em Davos, garantiremos que reunimos as pessoas certas para ver como podemos também acabar com este mundo tão desafiador e procurar oportunidades de cooperação”, afirmou.

Neste cenário, o programa do fórum vai girar em torno de quatro temas críticos:

  1. Alcançar a segurança e a cooperação num mundo fraturado: Enfrentar crises imediatas, como os conflitos em curso no Médio Oriente, enquanto enfrentamos forças estruturais de fragmentação;
  2. Criar emprego e crescimento para uma nova era: Reimaginar quadros económicos para promover o crescimento e a criação de emprego, enfatizando abordagens centradas nas pessoas numa década potencialmente de baixo crescimento;
  3. A inteligência artificial como força motriz da economia e da sociedade: Aproveitar a IA em benefício da sociedade e, ao mesmo tempo, gerir desafios regulamentares e avanços tecnológicos noutras áreas, como 5/6G e computação quântica;
  4. Uma estratégia de longo prazo para o clima, a natureza e a energia: Desenvolver abordagens sistémicas para um mundo neutro em carbono e positivo para a natureza até 2050, equilibrando compromissos para o consenso social.

 

Quem vai estar presente?

Entre os nomes confirmados na edição deste ano do Fórum Económico Internacional estão, por exemplo, o Presidente de Israel, Isaac Herzog, ou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy.

Para além destes, destacam-se personalidades como o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, o Primeiro-Ministro chinês, Li Qiang , a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o Presidente francês, Emmanuel Macron, entre outros,

O novo Presidente da Argentina, Javier Milei, terá os focos apontados a si, principalmente durante o discurso agendado para a próxima quarta-feira. As medidas económicas de Milei já provocaram protestos no país, depois do economista ultraliberal anunciar a revisão ou revogação de mais de 300 normas para desregulamentar a economia da Argentina, assim como a privatização de todas as empresas estatais.

Apesar de ainda não estarem confirmadas presenças portuguesas no evento, a última edição contou com António Guterres, secretário-geral da ONU, Mário Centeno, Governador do Banco de Portugal, Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, Miguel Stilwell de Andrade, CEO da EDP, Filipe Silva, CEO da Galp, Filipe Silva, e António Serrano, membro da direção executiva da Jerónimo Martins e CEO da Jerónimo Martins Agro-Alimentar.

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