Saída de Michel da presidência do Conselho Europeu pode conduzir Viktor Orbán ao cargo
A saída antecipada de Charles Michel da presidência do Conselho Europeu pode levar o líder húngaro, Viktor Orbán, interinamente ao cargo, a menos que os líderes da UE encontrem rapidamente um sucessor.
Os 27 chefes de Governo da UE têm agora menos de três meses para nomear um sucessor para a presidência: segundo os Tratados da União Europeia, na ausência de um presidente, cabe ao país que detém a presidência rotativa semestral do Conselho da UE assumir a responsabilidade: o que faria o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, assumir o cargo, já que a Hungria vai assumir o controlo da presidência rotativa a 1 de julho – atualmente é a Bélgica, liderada pelo liberal Alexander de Croo.
A decisão, segundo fonte do Conselho Europeu citada pela ‘Euronews’, “deverá ser tomada em junho”. “Por conseguinte, é possível que o próximo presidente do Conselho Europeu inicie as suas funções no verão de 2024, se o Conselho Europeu assim o decidir”, afirmou a fonte.
A possibilidade de Orbán se apoderar “duplamente” da influência nos corredores políticos de Bruxelas, na segunda metade do ano, assustou muita gente na capital da UE. O primeiro-ministro nacionalista, recentemente visto a apertar a mão ao presidente russo Vladimir Putin em Pequim, é famoso por ser um “espinho” para Bruxelas.
O pacote de 50 mil milhões de euros proposto pelo bloco para apoio financeiro a longo prazo à Ucrânia está suspenso depois de Orbán ter vetado a sua aprovação, na cimeira da UE de dezembro último – o veto foi apresentado mesmo depois de a Comissão Europeia ter descongelado 10 mil milhões de euros em fundos da UE que estavam retidos devido a leis do país que causaram retrocesso no Estado de direito na Hungria.