Alavancar a jornada de dados
Na era digital, as organizações têm gerado uma exponencial quantidade de informação, o que torna fundamental para as empresas inovar nesta área, acompanhando a transformação digital dos clientes e sociedade. Com a crescente competitividade e exigência no mercado das tecnologias de informação, tirar partido dos dados como ferramenta de tomada de decisão permite encontrar soluções para temas complexos e aumentar a eficiência. A expectativa para o potencial de negócio é cada vez maior – com relatos de sucesso de soluções de inteligência artificial (IA) e mecanismos preditivos, as organizações colocam os dados como um dos pilares para a transformação digital.
É importante perceber que, como em qualquer transformação, a maturidade é um factor incontornável. Para acelerar rumo à IA, é preciso criar condições de base técnicas e culturais para munir os stakeholders com a informação necessária à tomada de decisão: os intervenientes devem ter a possibilidade de descobrir, compreender, integrar e analisar dados (estruturados e não-estruturados) de diferentes fontes e a qualquer escala.
Para definir o ponto de partida, é importante direccionar a estratégia de dados com cinco questões fundamentais: Que dados temos? Onde os armazenamos? De que forma estão a ser utilizados? Com que propósito? Como vamos utilizar os dados a favor do negócio?
Idealmente, uma organização será capaz de responder a estas questões e de utilizar essa informação para compreender e optimizar a sua jornada. A realidade é bastante diferente – não existe uma “receita” aplicável a todas as empresas, onde a maturidade varia entre equipas e ao longo do tempo. Visto que o futuro será pautado por este movimento, surge uma nítida reflexão no mercado: o que estamos a fazer com todos estes dados? Serão, de facto, essenciais à estratégia do negócio, ou estaremos nós a perder tempo e recursos?
Foi para assegurar o desbloqueio do valor dos dados na estratégia global dos negócios que a oferta de Business Intelligence da Noesis evoluiu, no início de 2019, para Data Analytics & AI. Mais do que responder ao desafio imediato de criar valor a partir dos dados, tornou-se prioritário acompanhar os clientes na implementação de uma cultura de dados, optimizar e democratizar o acesso à informação, e modernizar os sistemas com mecanismos preditivos, machine learning e IA. Os resultados são muito positivos, com um conjun- to de projectos nacionais e internacionais a impactar o dia-a-dia dos utilizadores.
NA BASE DA TRANSFORMAÇÃO
O valor dos dados está, por natureza, intimamente ligado à informação extraída por sistemas e algoritmos de big data. As novas técnicas de processamento têm evoluído de forma substancial, e vemos já mecanismos de machine learning e IA a traçar perfis de utilizadores e a efectuar previsões de enorme exatidão acerca do comportamento dos clientes.
A evolução em analytics, por sua vez, tem permitido o rápido desenvolvimento tecnológico em muitas outras áreas – como cloud, mobilidade e Internet das Coisas (IoT). Há que considerar que na última década a indústria tecnológica tem evoluído de forma alinhada com os avanços de dados – desde a utilização de sensores para recolha até à criação de mecanismos de recomendação para apoiar os gestores de topo.
O desafio para as organizações tem passado por uma aplicação correcta destes avanços tecnológicos – para possibilitar o alinhamento das necessidades crescentes de ingestão de dados com os processos organizacionais existentes. Neste aspecto, a cloud vai fazendo a diferença, maximizando o acesso aos dados para eliminar silos de informação e garantir a escalabilidade necessária em cada momento.
A Noesis acredita na ideia de um ecossistema tecnológico, alargando a inteligência a todos os aspectos do negócio. As plataformas digitais e aplicações devem ser optimizadas para a recolha de dados, customizando a experiência do utilizador de forma automática. Esta amplitude na transformação só é possível através de um trabalho colaborativo com os clientes e as suas equipas internas, que por sua vez permite a melhoria contínua de produtos e serviços com acesso a insights.
DA JORNADA PARA A CULTURA
Contribuir para a transformação digital das organizações e da sociedade passa por um alinhamento com as tendências e com as expectativas do mercado, assegurando o armazenamento e processamento de grandes volumes de dados estruturados e não-estruturados com base numa arquitectura sólida e numa análise preditiva. Uma cultura de dados deve coexistir, de forma integrada, no panorama tecnológico da organização. Só assim se torna possível democratizar verdadeiramente o acesso aos dados e atingir o pleno potencial dos mais recentes avanços em IA.
Daí em diante, é impensável potenciar os dados sem recorrer às equipas, que muitas vezes estão distribuídas geograficamente e têm acesso a diferentes fontes de informação em diferentes momentos. É necessário criar uma cultura proactiva de gestão de dados, envolvendo os stakeholders, e redesenhar os processos para assegurar a qualidade da informação e insights obtidos. O entusiasmo em torno dos revolucionários avanços tecnológicos pode levar à desvalorização desta reorganização de processos, mas trata-se de um factor-chave. O desalinhamento na cultura e maturidade de dados pode travar por completo a jornada de dados, com consequências negativas para o negócio.
Falar de dados é falar também de conformidade e segurança. O valor e volume podem torná-los vulneráveis e difíceis de governar, é certo, mas as boas práticas na democratização exigem a protecção de informação estratégica e a criação de regras para a partilha. Com a crescente preocupação em torno da cibersegurança, o correcto processamento de dados possibilita a identificação de padrões e a detecção de actividades e comportamentos suspeitos no acesso às redes corporativas, assinalando potenciais ameaças para evitar quebras de segurança.
PARA O FUTURO
Percorrer esta jornada é criar as condições para que uma organização seja orientada por dados, com uma adaptação mais rápida às mudanças no mercado e melhorias significativas no processo de tomada de decisão, contribuindo para uma vantagem competitiva. Para uma estratégia disruptiva e inovadora, é fulcral utilizar toda a informação disponível de forma rápida e sistemática.
Vemos cada vez mais testemunhos da importância da análise avançada de dados, com contribuições activas de mecanismos de IA na identificação de oportunidades de negócio e optimização dos processos, mas é importante reconhecer que muitas organizações estão a dar os primeiros passos nesta área.
Quanto mais profunda for a compreensão das características nucleares da actividade de uma organização, maior e mais exacto será o seu impacto nas decisões, o que beneficia a relação com o consumidor final e os processos internos. Há que reconhecer a oportunidade, investir, e atingir o potencial dos dados que todos estamos a gerar.