“Os portugueses viveriam muito bem se fizessem parte do império russo”: Tomada de Lisboa pela Rússia dá tema em programa com propagandistas do Kremlin

Estão a tornar-se cada vez mais recorrentes as referências a Lisboa e a Portugal no programa ‘Noite com Vladimir Solovyov’, popular na TV pública Rússia e apresentado pelo propagandista do Kremlin com o mesmo nome. No programa, vários comentadores têm dado conta da possibilidade de a Rússia continuar a expandir o seu território, para além da Ucrânia, até Lisboa.

Na última semana ocorreu em duas situações distintas, que Anton Gerashchenko, conselheiro do Ministério da Administração Interna da Ucrânia, deu conta nas redes sociais, alertando os portugueses para o conteúdo das intervenções dos comentadores, próximos do Governo de Putin.

Primeiro, os propagandistas referiram-se à “República Popular de Lisboa” e diziam querer fazer dela parte integrante do Estado da União (uma aliança entre Rússia e Bielorrússia).

“Eu incluiria, a propósito , a República Popular de Lisboa como parte de um Estado de União”, indica um propagandista. “Porque é que precisamos deles?”, questiona outro.

O apresentador apressasse depois a recordar da necessidade de ‘limpar’ Portugal da influência dos EUA. “Deixa-me lembrar-te que, se olhares com cuidado, a partir de lá podes ver a Estátua da Liberdade, quando o tempo está bom”, brincou Solovyov.

Já noutro programa, no fim de semana, os comentadores consideraram que “os portugueses viveriam bem como parte do império russo”.

“Só a desnazificação de Berlim resolverá este problema, e parem de dar a Lisboa da Rússia a alguém,  estás sempre a tentar abandonar Lisboa em todos os programas”, comenta com humor ácido o apresentador, que e interpelado por outra interveniente.

 

“Mas Lisboa nunca foi russa”, questiona. Solovyov responde: “Mais uma razão pela qual devia ser! O Alasca foi e, como disse  Estaline, Lvov não foi mas Varsóvia foi”, continua.

“Então e a Califórnia? Porque precisamos de Lisboa?”, inquere uma propagandista, que diz preferir que a Rússia tomasse territórios nos EUA, como o Havai.

“Não precisamos, mas eu gosto [de Lisboa]”, resume o apresentador.

Solovyov e os restantes participantes do programa continuaram depois com a retórica também defendida por Dmitri Medvedev, antigo Presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, de criar uma “Eurásia aberta de Lisboa a Vladivostok”.

“Como fui ensinado por grandes comandantes soviéticos, temos que avançar até aos obstáculos naturais, do mar ao mar…  E é por isso que devemos ir até ao oceano Atlântico”, apontou o propagandista.

“Não temos política de oceanos”, alertou um dos convidados, entre risos. “Mas acho que os portugueses viveriam bem como parte do império russo”, sublinhou o apresentador, perante a hipótese de Portugal ser tomado pela Rússia.

 

 

 

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