Centenas de estudantes universitários manifestam-se em Lisboa: polícia obrigada a intervir

A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, em Lisboa, recebeu, esta tarde, cerca de 150 estudantes em manifestação contra a repressão nas faculdades e pelo fim aos combustíveis fósseis, exigindo uma transição energética justa e a eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, fazendo deste o último inverno de gás fóssil em Portugal.

Em comunicado, o grupo de ação climático criticou a direção do FCSH por ter mandado a polícia deter estudantes na faculdade. “As estudantes pelo fim ao fóssil, que ocupam a faculdade desde segunda-feira mesmo após terem sido detidas na madrugada de terça, queixaram-se de que isso as deixava ‘vulneráveis aos abusos da direção e da polícia, que querem calar os estudantes pelo fim ao fóssil'”.

A manifestação, revelou o grupo climático, “foi surpreendida pela juventude do partido CHEGA, que distribuíram panfletos contra a causa da justiça climática. Os estudantes da manifestação não aceitaram a sua presença”, sendo que a polícia voltou a ser chamada à faculdade pela direção.

Este é já o 4º dia da onda de ações estudantil pelo fim ao fóssil convocada pela Greve Climática Estudantil Lisboa. “Os Governos e instituições não estão a fazer o suficiente para travar o colapso climático, mas a alternativa não passa pela extrema-direita”, explicou Beatriz Xavier, aluna na FCSH e porta-voz do protesto.

“Precisamos de falar da transição justa rumo ao fim aos combustíveis fósseis nos nossos termos: nos termos de um serviço público de energias renováveis na ótica da transparência e da democracia energética que garanta a eletricidade 100% renovável e acessível para todos até 2025, o último inverno em que se usa gás fóssil no país, e um plano para o fim ao fóssil até 2030”, apontou.

Esta quarta-feira foram detidas três estudantes na FPUL (Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa) por darem uma palestra sobre a crise climática e a importância da desobediência civil.

As ações de protesto prometem não parar: os estudantes estão convocado a juntarem-se à “visita de estudo” ao Ministério do Ambiente, no próximo dia 24, às 11 horas, no Largo Camões, e que promete ocupar uma das instituições que “representa o falhanço institucional em travar a crise climática e ter um plano ancorado na justiça climática para a transição energética justa”.

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