Governo/crise: Ala direita do PS junta-se este domingo em Cantanhede para posição comum antes do congresso
Os dirigentes socialistas conotados com a ala direita do PS vão juntar-se este domingo, em Cantanhede, distrito de Coimbra, para procurar uma posição comum em relação aos processos de eleição do novo secretário-geral e congresso deste partido.
As eleições diretas para a sucessão de António Costa no cargo de secretário-geral do PS estão marcadas para 15 e 16 de dezembro – em simultâneo com a eleição de delegados – e o congresso está previsto para 06 e 07 de janeiro.
O ex-secretário-geral adjunto do PS atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, já anunciou que se vai candidatar a secretário-geral e a candidatura do ex-ministro e atual deputado socialista Pedro Nuno Santos deverá ser formalizada esta segunda-feira.
Neste encontro em Cantanhede, segundo fonte socialista, estão previstas as presenças de cerca de três dezenas de “destacados militantes”, entre os quais o antigo líder parlamentar e atual presidente do Conselho Económico e Social, Francisco Assis, o presidente da Sedes, Álvaro Beleza, e o ex-secretário de Estado Jorge Seguro Sanches.
De acordo com um dos promotores do encontro, visa-se sobretudo “evitar precipitações”, encontrar uma posição comum entre os elementos desta ala e, ainda, se possível, que haja um candidato de unidade a secretário-geral, tendo em vista os próximos processos eleitorais internos no PS.
Na quarta-feira, numa declaração à agência Lusa, Francisco Assis defendeu que, “nas presentes circunstâncias políticas, pede-se aos mais altos responsáveis do PS que tudo façam para que haja um entendimento em torno de uma candidatura à liderança do partido”.
“O PS não deve ter medo de enfrentar eleições antecipadas e deve unir-se em torno de uma nova liderança agregadora e combativa”, acrescentou.
Na terça-feira, o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, na sequência de um caso judicial que o envolve relacionado com negócios de lítio e hidrogénio, apresentou a sua demissão ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e anunciou que não iria recandidatar-se nas eleições legislativas antecipadas, entretanto marcadas pelo chefe de Estado para 10 de março.