A automação de hoje é o tempo extra amanhã

Por Ricardo Martins, Expert Data Scientist na Zühlke 

A automação e o uso de IA não têm de ser um quebra-cabeças. Aliás, na hora de “apanhar a onda” da inovação, serão estas ferramentas que mais contribuem para melhorar processos e ganhar uma vantagem competitiva sobre as outras organizações, potenciando o crescimento de empresas híbridas.

Se, antes, esta revolução assentou em aparelhos e maquinaria, hoje é o software que mais possibilidades abre à aceleração desta tendência – quem não ouviu já falar do ChatGPT? Nem precisamos de ir tão longe: ferramentas que detetam e corrigem o tom de voz no email, e que sugerem alternativas consoante o objetivo da comunicação, fazem uso desta IA generativa, tão útil para acelerar uma tarefa essencial para fechar um negócio, por exemplo.

No entanto, sabemos também que, com a transformação no que foi o trabalho “normal” para tanta gente, surgem dúvidas e, de acordo com um estudo do Boston Consulting Group, um em cada três colaboradores acredita que estas ferramentas podem eliminar o seu posto de trabalho. O choque lançando pela inovação traz consigo nuvens de receios e perguntas, mas que, olhando à segunda vista, apresenta um cenário animador para valorizarmos, cada vez mais, as competências inerentes aos seres humanos, distinguindo tarefas da máquina e do colaborador. Na realidade, segundo o mesmo estudo, mais de 70% dos colaboradores acredita que o contributo da IA supera os riscos associados, mostrando abertura para testar e implementar ferramentas no seu processo de trabalho.

A verdade é que as ferramentas de IA vêm auxiliar o nosso trabalho mais repetitivo, como a recolha de dados, análise de informações, listagem de ideias. Ao fazer uso destas soluções, podemos poupar tempo precioso para tarefas onde competências como o nosso intelecto, comunicação interpessoal ou pensamento crítico são essenciais – e que as máquinas não replicam ou substituem.

Dos Recursos Humanos à Programação, passando pela Comunicação ou Gestão, a verdade é que as ferramentas de IA vêm auxiliar o nosso trabalho mais repetitivo, por exemplo, a fazer recolha de dados, análise de informações, listagem de ideias… Ao fazer uso destas soluções, podemos poupar tempo precioso para tarefas onde competências como o nosso intelecto, comunicação interpessoal ou pensamento crítico são essenciais – e que as máquinas não replicam ou substituem.

A atenção das empresas já está a virar-se para esta tendência e, de acordo com o estudo Immersive Tech Report da Experis, 7 em cada 10 organizações já implementa tecnologias como a Inteligência Artificial (IA), Realidade Virtual (RV) e Machine Learning (ML), por exemplo, nas tarefas de recrutamento. Para uma boa transição e adoção deste modelo híbrido, é essencial que as empresas apostem na formação dos seus profissionais, não só mostrando como utilizar da melhor forma novas ferramentas, como também abrindo espaço à evolução na carreira em linha com as suas competências.

Esta transição para o uso do digital, de Machine Learning e de Inteligência Artificial é a continuação de uma tendência que vem desde a Era da Revolução Industrial. As dúvidas e os receios que hoje surgem também existiram no passado – e continuarão a existir dentro de 20, 50, 100 anos, sempre que surja nova tecnologia.

Diferentes inovações técnicas e tecnológicas têm permitido às empresas e aos colaboradores transformarem o modo como trabalham, como produzem e como apresentam resultados. E é sob essa lente da inovação que devemos encarar esta sincronização entre Humano-Máquina, tirando partido das vantagens que cada um traz para a equação.

Em tempos de mudança acelerada, e num mercado onde estar à frente da inovação e acompanhar as transformações é fundamental para manter a relevância, as empresas devem compreender as mais-valias de investir no seu caráter híbrido, apostando no desenvolvimento de competências essenciais para os seus colaboradores, agilizadas e complementadas pelas valências da IA.

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