Poupar é cada vez mais o investimento a ter em conta

Por: André Pedro, managing director do COMPARAJÁ

Se, por um lado, temos vivido num dos países onde a habitação é cada vez mais inacessível (segundo um estudo da CIA Landlord, Lisboa é a terceira cidade europeia com a habitação mais cara face ao nível de vida, ficando apenas atrás de Londres e de Roma), por outro, as taxas de juro para o crédito continuam a ser um destaque europeu negativo – segundo o BCE, Portugal foi o segundo país onde as taxas de juro mais subiram, logo a seguir à Alemanha. Por sua vez, as despesas relacionadas com telecomunicações – um dos campos que mais abrange a sociedade portuguesa – têm também sido fortemente impactadas nos últimos tempos. De acordo com os dados da Anacom, o mais recente aumento do preço dos pacotes de telecomunicações em Portugal foi de 7,8% – um dos maiores aumentos desde que há registo. Todavia, se nas telecomunicações houve um aumento “importante”, no início deste ano, na energia a tendência é relativamente distinta dado que as oscilações nos preços são mais voláteis, visto que este é um mercado altamente dinâmico. Em apenas seis meses – desde Outubro do ano passado a Março de 2023 – o mercado ditou dois aumentos significativos nas facturas de electricidade dos portugueses. Em Outubro, por exemplo, o aumento rondou os 3% mensais e em Janeiro, por sua vez, o aumento foi mais reduzido (1,6%), mas ainda assim impactou fortemente a carteira dos portugueses. Nesse sentido, é essencial perceber de que forma é que a poupança e o investimento em si se podem (e devem) relacionar. A correlação é relativamente simples e segue uma lógica igualmente acessível – a pessoa poupa e de seguida poderá investir as suas poupanças para aumentar os respectivos índices de poupança de forma cuidada e sustentável. Assim sendo, é seguro afirmar que a poupança em si pode ser encarada como o primeiro passo para o investimento e, por isso, saber poupar é tão ou mais importante como saber investir. Uma das principais componentes – e quiçá aquela que representa a principal lacuna dos portugueses – tem que ver com a formação em si. Portugal está constantemente na cauda da Europa no que diz respeito à literacia financeira, sendo que somos efectivamente um dos países que menos entende os principais termos financeiros que nos influenciam no dia-a-dia. Como tal, uma das principais acções a desenvolver para atingir índices elevados de poupança passa, invariavelmente, pelo consumo de informação útil, acessível e importante – desde notícias a livros, passando por blogues ou por fóruns de conversa, tudo aquilo que consistir em informação credível e suficientemente técnica acabará por ser uma ferramenta crucial para esta missão.

Por sua vez, é igualmente importante desenvolver uma componente que nascerá naturalmente ao estarmos por dentro dos conceitos mais importantes. Tão ou mais importante do que entendermos os conceitos que nos ajudam a poupar é saber relacioná-los com a actualidade e com a forma como poderemos ser impactados constantemente e dia após dia. Confuso? Nós ajudamos e é fácil dar alguns exemplos que nos elucidam sobre esta ideia – saber o que é a Euribor e saber que a mesma tem aumentado é extremamente importante, porém, aplicar esse mesmo conceito para conseguir as melhores condições do crédito, seja na contratação de um novo ou na melhoria de um já contratado, é ainda mais importante; saber o impacto que a Taxa Mibel tem nas tarifas de electricidade e não analisar a minha factura regularmente para ver se consigo poupar na electricidade e no gás, aproveitando o facto de não haver uma fidelização associada, acaba por significar um não aproveitamento do benefício do conhecimento em si. Esta é, muito provavelmente, a receita ideal para transformarmos a poupança em investimento – aliar o conhecimento geral à actualidade em si será sempre um conselho útil e importante a seguir para todos aqueles que se preocupam minimamente e de forma constante com as suas finanças pessoais. No entanto, todas as receitas possuem um ingrediente secreto e esta receita de poupança não é diferente.

Actualmente, são muitas as ferramentas úteis (e gratuitas!) que poderão ajudar nestas análises de preço e de mercado e, por isso, este “ingrediente especial” é tão importante quanto acessível a toda a população no geral. Uma das tendências que o mercado português registou ao longo do último ano tem que ver com a transferência dos respectivos contratos de crédito habitação. Para fazer face aos tais aumentos das taxas de juro, os portugueses têm optado (e muito!) por transferir os créditos que já tinham contratado para outras entidades bancárias, ou até mesmo por obter melhores condições no mesmo banco. Por sua vez, fazer este exercício de análise de crédito poderá ser uma tarefa demasiado técnica ou complexa e, por isso, contar com o auxílio de um intermediário de crédito que faça este trabalho de forma gratuita e imparcial será um auxílio importante a ter em conta, caso a sua prestação mensal tenha aumentado no último ano. Ainda sobre o crédito em si, a consolidação do mesmo tem sido injustificadamente ignorada nos últimos tempos, porém, faz cada vez mais sentido e é uma resposta igualmente viável face à conjuntura que temos vivido nos últimos meses. Se possuir, por exemplo, mais do que um crédito ao mesmo tempo – algo relativamente comum e normal para muitos portugueses – poderá agregar esses créditos num só crédito consolidado, fazendo com que fique a pagar menos todos os meses. Todavia, há duas importantes nuances a realçar neste tipo de situação: o facto de que o valor a pagar mensalmente só será mais reduzido porque o valor final será mais elevado – mas numa altura em que os gastos e as despesas são cada vez maiores poderá fazer sentido diminuir os valores a ter em conta a curto prazo; por sua vez, o valor que poupará mensalmente deverá resultar efectivamente em poupança e não em outros gastos adicionais. No que diz respeito à electricidade em si, por exemplo, podemos também abordar um conceito que esteve na ordem do dia há uns meses e que continua a ser relativamente importante. Há comercializadoras de energia que actualmente trabalham com a Taxa Mibel e outras que, por opção, ainda não o fazem (e é praticamente impossível prever se o farão ou não) e, nesse sentido, o trabalho de análise e de comparação é uma tarefa inacessível a qualquer cidadão comum, mesmo que tenha bastante conhecimento sobre o tema. Nessa óptica, poderá contar com um comparador que faça esse trabalho de forma específica para obter as melhores condições do mercado. Pode inclusive parecer contraditório: será que preciso deste tipo de ajuda caso tenha um conhecimento profundo e detalhado sobre estes temas? A verdade é que, para além destas duas componentes não chocarem uma com a outra, também se complementam de forma singular e eficaz – uma pessoa verdadeiramente sábia é aquela que permite ser ajudada por quem tem mais condições para o fazer. No ComparaJá, por exemplo, poderá encontrar a ferramenta ideal para o ajudar – de créditos a seguros, passando por telecomunicações e electricidade, este Marketplace procura ser o seu melhor “amigo financeiro” e admite o objectivo de ajudar os portugueses a tomar as melhores decisões possíveis.