O que é preciso acontecer para a Ucrânia conseguir quebrar as defesas russas? Analistas explicam nova fase da guerra

A contraofensiva ucraniana colheu alguns frutos mas, com o chegar do inverno, revela-se mais necessário do que nunca que as tropas de Kiev consigam avanços no que respeita a a quebrar as posições defensivas assumidas pela Rússia nos terrenos ocupados e ilegalmente anexados.

Perante esta realidade, analistas e especialistas do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), uma organização norte-americana, assinalam que há três condições essenciais que terão de se verificar para que a Ucrânia consiga avançar para além das defesas russas fortificadas nos últimos meses:
– A Rússia não ter poder de combate suficiente e reservas para manter as suas defesas na região de Zaporíjia, que é crucial
– A Ucrânia terá de ter poder de combate reforçado para continuar a avançar, após desgastar a força do exército russo
– As posições defensivas da Rússia não poderão estar tão fortificadas ou minadas, tanto quanto estão as onde a Ucrânia já conseguiu avançar

Se alguma destas condições não se verificar, indicam os especialistas, a Ucrânia não conseguirá fazer os avanços de que necessita, e poderá ficar posta em causa uma nova fase na guerra.

No entanto, adianta o instituto, há boas notícias: Os “indicadores” até agora apontam para que estes condições estejam a correr de feição às forças de Kiev.

Os analistas consideram que Rússia não tem soldados em número suficiente para “completar a fundo as suas defesas” em Zaporíjia, enquanto as operações da Ucrânia em Bakhmut “tem mantido as forças russas empenhadas do leste da Ucrânia, e longe da frente de guerra a sul”, o que tem “ajudado a negar qualquer possibilidade de criação de uma reserva estratégica” a Moscovo.

A grande dúvida para o ISW é se a Ucrânia tem armamento e munições em quantidade suficiente para continuar a atacar as linhas de defesa da Rússia a sul.

Se os russos conseguirem continuar a minar as suas posições a sul, isso poderá travar o avanço ucraniano de forma irremediável na contraofensiva.

Por outro lado, uma fonte próxima do Kremlin adianta que Putin pressionou o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, dando-lhe um prazo até ao final do mês que vem para acabar com a contraofensiva de Kiev, lançando uma operação ofensiva contra cidades como Kherson, Odessa, Kharkiv ou Dnepropetrovsk.