A gestão dos espaços de escritórios como resposta aos tempos de evolução
Por Cristina Cristóvão, Property Management Business Development Director da Savills Portugal
Fruto da evolução global da sociedade verificou-se, nos últimos anos, uma sofisticação dos serviços de Gestão de Edifícios, com um aumento exponencial dos requisitos e das expetativas dos ocupantes e proprietários. Hoje, as equipas responsáveis pela gestão de edifícios são confrontadas com exigências que vão muito para além da gestão física de um imóvel – o nível de serviços disponibilizado, aliado a todo o acompanhamento que as equipas oferecem durante os processos de gestão de ativos, é hoje mais importante do que nunca.
Sabemos que a forma convencional de gestão de espaços ficou, à semelhança de outras nuances do imobiliário, no passado: a inovação e tecnologia são fatores intrínsecos a todo o processo. No entanto, devemos continuar a olhar com atenção para os fundamentais da disciplina de Property Management, implementando soluções e serviços tailor-made que colocam as características e qualidades únicas de cada ativo no centro de toda a ação.
Um dos maiores game changers do Property Management é que a própria gestão dos espaços está mais centrada nas pessoas, compreendendo uma melhor comunicação, envolvimento, sentido de comunidade, seleção de experiências únicas e claro, a criação de ambientes saudáveis e sustentáveis.
Como sabemos, ao longo dos últimos anos, os critérios de ESG têm apresentado uma importância cada vez mais notória no contexto empresarial. O típico “escritório convencional” acabou por sair de cena e é inequívoco que a variável “S” tem assumido um grande protagonismo uma vez que, quer ocupantes, quer as próprias empresas estão mais atentos às práticas de well-being e às mais recentes tendências do workspace.
Por outro lado e face aos objetivos de sustentabilidade estipulados para os horizontes de 2030 e 2050, urge a necessidade de trabalhar de forma integrada com todas as partes envolvidas – ocupantes, proprietários e fornecedores – de forma a recolher informações pertinentes que levem a uma tomada de decisão sustentada, permitindo alcançar as metas predefinidas. No capítulo de edifícios de escritórios, um ativo que não integre políticas de eficiência energética e hídrica, começa a perder o seu interesse no mercado. Este novo mindset tem obrigado a uma mudança em várias frentes, nomeadamente no que diz respeito ao mercado de certificações “verdes” nos edifícios como BREEAM e LEED, ferramentas que são vez mais procuradas por proprietários e ocupantes. Esta realidade tem também obrigado a uma constante adaptação por parte das equipas profissionais de Property Management no desempenho das suas funções.
A tecnologia, por sua vez, tem sido uma forte aliada no que à gestão de espaços diz respeito. Hoje, estão disponíveis no mercado novas plataformas de recolha e análise de dados que permitem a realização de uma avaliação mais assertiva, nomeadamente em termos de questões relacionadas com o acesso e manutenção dos equipamentos, aplicação de modelos de gestão de energia e água, otimização de sistemas e vigilância, entre outras. A evolução que dá origem a estas novas formas de trabalho tem dois objetivos principais: a facilitação do trabalho da equipa que gere determinado ativo e, simultaneamente, uma redução de custos para os seus proprietários.
Vivemos, de facto, tempos exigentes que nos obrigam a uma adaptação célere. Potenciar um match perfeito entre as necessidades apresentadas pelo proprietário, o bem-estar dos ocupantes e a equipa de profissionais a afetar a determinado projeto é, claramente, o grande objetivo de qualquer property manager.