Claranet: Geração de valor
O sucesso do crescimento de Portugal como Hub tecnológico deve-se à abordagem holística e consistente que a Claranet tem mantido ao longo das últimas duas décadas, em conjunto com uma comunicação capaz de projectar o país no mundo. Academia, empresas, institutos, políticas e pessoas têm estado alinhadas e focadas num objectivo comum. «Na academia, destaco o esforço realizado para adaptar e renovar currículos, a par da oferta de novos cursos, procurando liderar em conhecimento e aumentar o talento disponível. Nos últimos cinco anos, temos também assistido a uma tentativa, cada vez mais bem-sucedida, de atrair alunos estrangeiros que assim enriquecem o ecossistema português. Segundo o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), em 2022 estavam inscritos 69.965 alunos estrangeiros nas universidades e politécnicos em Portugal – mais 19% do que no ano anterior. No mesmo sentido, temos tido a audácia de implementar programas de requalificação, injectando trabalhadores no mercado com mais e melhores competências digitais. Só nos últimos 12 meses, associado ao programa UpSkill, a Claranet em conjunto com o Instituto Politécnico de Viseu, a APDC e o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) requalificaram meia centena de profissionais, proporcionando-lhe uma nova vida no seio das Tecnologias de Informação e Comunicação. Sublinhar também a habilidade dos portugueses no domínio de vários idiomas, em particular o inglês», diz Alexandre Ruas, director executivo da Claranet Portugal.
COMPETITIVIDADE
Para o responsável, a competitividade continua a ser um pilar crítico. «Sendo um defensor de salários justos num ecossistema europeu, urge continuar a fazer crescer os salários, beneficiando quem mais contribui, enquanto perseguimos eficiências operacionais e fiscais que nos possibilitem continuar a diferenciar nas rubricas de custos de produção. Portugal ocupa o 38º lugar do Ranking da Competitividade Digital do Institute for Management Development, sendo explicita a necessidade de melhorar o financiamento de investimentos tecnológicos», acrescenta.
As infraestruturas e inovação apresentam-se igualmente como vantagens. Portugal tem hoje capacidade de disponibilizar infraestrutura técnica e conectividade de última geração, fixa e móvel, bem como de apoiar a implementação de empresas, independentemente da sua dimensão, start-ups, scale-ups ou enterprise, em espaços dedicados ou co-works. «Recorde-se que, segundo a Associação dos Operadores de Comunicações Electrónicas (Apritel), o investimento tecnológico nos últimos cinco anos em Portugal superou os 6.000 milhões de euros. Visível é a necessidade de Portugal investir mais na mobilidade, incluindo pontes aéreas e ferrovia, num mundo cada vez mais global. Não menos importante é o eixo social. Temas como a segurança, privacidade, sistema político, qualidade de vida, existência de uma cultura tolerante e inclusiva, fazem parte integrante do nosso sucesso e assim se devem manter. Por outro lado, a evolução do conceito de cidade, a estratégia de habitação acessível, bem como os vários eixos da sustentabilidade, são temas que merecem estar no centro das agendas políticas e governamentais, com um plano de acção claro e acertado. Por fim, realçar ainda o papel da diáspora portuguesa. São muitas as referências das mais variadas áreas de atuação que contribuem para um maior conhecimento de Portugal no mundo, tornando-nos mais atractivos», sublinha Alexandre Ruas, director executivo da Claranet Portugal
A Claranet tem a ambição de continuar a apostar em Portugal não apenas numa perspectiva económica, mas também de contributo para o desenvolvimento social e tecnológico. «Nos objectivos trianuais definimos, para lá dos objectivos de crescimento, a meta de ajudar Portugal, as empresas e os institutos a serem mais competitivos, inovadores, resilientes e sustentáveis.
Para isso investimos no desenvolvimento do nosso portefólio, em particular nas áreas de Security, Data & AI, sustentado no vasto conhecimento que dispomos em Cloud & Infra, bem como na experiência acumulada junto do utilizar final, apreendida nas áreas de Workplace. A juntar a estas áreas de investimento, temos também em curso a consolidação e expansão da nossa prática de Apps (aplicacional). Iniciámos, ao mesmo tempo, uma jornada de verticalização das unidades de negócio da empresa, tendo como grande objectivo estar mais próximo dos desafios dos nossos clientes e procurando falar a mesma linguagem. Sem perdermos a identidade tecnológica, queremos estar mais habilitados e ser mais proficientes na abordagem setorial, tornando-nos assim mais eficazes na hora de ajudar. Assim, no âmago da nossa estratégia, esperamos crescer como também continuar a suportar o ecossistema português através de um portefólio moderno suportado pelo nosso ADN tecnológico, ter especialistas de negócio capazes de agregar valor aos vários sectores verticais, mantendo a relação com os nossos parceiros e sendo atrativos para os nossos colaboradores. De forma a traduzir a nossa missão em palavras, o grupo Claranet lançou, em junho, o mote que acompanha a nova estratégia: “Make modern happen”», acrescenta o responsável.
O que Portugal pode beneficiar com a vossa presença? «Para lá da dinamização de mercado, que é inerente à nossa actividade, aos projectos e serviços que desenvolvemos em território nacional, e o que isso representa para a economia e sociedade, com um volume de negócios superior a 200M€ e uma estrutura de recursos humanos de aproximadamente 1.000 colaboradores, a Claranet está empenhada num desenvolvimento de longo prazo com um perfil cooperativo. O impacto dessa linha de pensamento está bem patente nas nossas acções. Do ponto de vista tecnológico, a modernização dos dois datacenters implantados em território nacional, infraestruturas críticas, representou um investimento próximo dos 10M€ nos últimos cinco anos, repartidos entre implementação de uma infraestrutura de última geração (NGN) e operação. Suportando a modernização de infraestruturas nacionais, em concreto do Hub Criativo do Beato, a Claranet investiu mais de 6M€ na requalificação de um edifício histórico, o antigo “Armazém das Grilas”, com mais de 4.000 metros quadrados. É evidente a visão de longo prazo e preocupação em aliar interesses próprios aos interesses do país. Mais recentemente, através do Prémio Nacional de Inovação, em parceria com o Jornal de Negócios, o BPI e com o apoio da COTEC e da Nova SBE, a Claranet propôs-se identificar e reconhecer projectos que contribuem para inovação e a transformação digital das empresas em Portugal, incentivando, assim, o desenvolvimento socioeconómico e a inovação nacional. Esta será, porventura, a nossa forma de estar em Portugal: uma lógica colaborativa e contributiva, tendo sempre como base a tecnologia. Queremos, de forma positiva, ser parte do sucesso de Portugal», diz Alexandre Ruas.
LÍDER
No início dos anos 2000, e após a bolha da internet, houve a necessidade de reinventar modelos de negócio. Portugal, entre outras estratégias, apostou numa lógica de servir o resto do mundo através de plataformas de “nearshoring”, tirando partido do talento disponível e dos cerca de 90.000 licenciados anuais, bem como dos baixos custos laborais. «Foi o início de uma escalada no nosso posicionamento como hub tecnológico para a Europa. Com o tempo, o talento tornou-se mais escasso e países como a Índia ou as regiões do Magrebe e Leste da Europa posicionaram-se também ao nível do talento e dos custos. Assim, e nos últimos 10 anos, Portugal procurou diferenciar-se não apenas estendendo operações já existentes, mas abrindo espaço para criar. A comunidade de start-ups em Portugal cresceu ao ritmo de 30% ao ano, tendo hoje uma valorização superior a 21.000 milhões de euros. À boleia dos tempos, Portugal passa de uma política especialmente centrada na criação de emprego para uma política de geração de valor. Empresas como a Farfetch, Talkdesk, OutSystems, Remote ou Feedzai são referências do posicionamento que ambicionamos em termos de desenvolvimento e empreendedorismo, enquanto empresas como Microsoft, Siemens, Bosch, Mercedes-Benz ou BNP Paribas são uma montra da nossa capacidade de atracção de polos tecnológicos para Portugal e geração de emprego. No fim, e como comecei por dizer, o sucesso reside numa abordagem holística e consistente, com especial foco no aproveitamento dos fundos desenhados para o efeito», conclui.