Bloomberg enfrenta multa de 5 milhões de euros por divulgar ‘fake-news’
A Autoridade Francesa dos Mercados Financeiros (AFM) acusou, esta sexta-feira, durante uma audiência, a agência de notícias Bloomberg de disseminar informações falsas. O regulador francês acredita que a agência tinha conhecimento de que as notícias não eram verdadeiras e por isso condenou a empresa a uma multa de cinco milhões de euros.
É a primeira vez que uma acusação deste tipo é feita a um grupo de media em França.
A AFM acusa a agência Bloomberg de emitir um comunicado de imprensa falso sobre o grupo francês de construção Vinci, em novembro de 2016, dizendo que “a natureza sensacionalista das informações superaram a necessidade de verificação das mesmas”.
As ações da empresa tombaram quase 19% depois de a agência ter emitido o referido comunicado que afirmava que o diretor financeiro da Vinci estava a reavaliar os resultados da construtora, depois de ter descoberto irregularidades contabilísticas.
No entanto, 24 minutos depois da divulgação deste comunicado, a Vinci veio desmentir todas as informações desse divulgadas.
A Bloomberg já reagiu à decisão do regulador. Diz que, os seus jornalistas foram enganados pela empresa de construção e que, com base nos factos, esta multa é “desproporcional”. A agência de notícias norte-americana adverte ainda que, com esta queixa, o regulador “arrisca-se seriamente a minar a liberdade de imprensa”, segundo o diário francês, ‘Les Echos’.
A Vinci não é a primeira vítima deste tipo de fake-news. Também em 2016, a empresa Fitbit desmentiu ter recebido uma oferta pública de aquisição, depois de um fundo chinês chamado ABM Capital, ter anunciado que a empresa tinha recebido uma oferta de 2,8 mil milhões de dólares.
O grupo de cosméticos Avon foi alvo de um problema semelhante em 2015, quando a PTG Capital Partners anunciou que tinha lançado uma oferta pública de compra de 8,2 mil milhões de dólares pela empresa de cosméticos, fazendo as ações disparar 20%.
Mais recentemente, a BlackRock foi alvo de uma farsa semelhante que envolvia uma carta escrita por Larry Fink, diretor executivo do grupo de fundos, e que foi enviada aos meios de comunicação.