Grécia gera conflitos entre os líderes europeus
Numa altura em que a Grécia negoceia com os credores privados o perdão da dívida, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Nicolas Sarkozy divergem sobre a necessidade de haver alguém a vigiar as contas de Atenas. A primeira quer a sua supervisão por parte de um comissário, enquanto o segundo frisa que o país helénico é uma “Nação Soberana”.
Os governos europeus confrontam-se ainda com um segundo pacote de resgate à Grécia. Segundo a Bloomberg, os líderes europeus acordaram em acelerar a preparação de um fundo com 500 mil milhões de euros, e apoiaram um tratado de controlo do défice de inspiração europeia.
Angela Merkel afirmou que a “sustentabilidade da dívida grega é especialmente má”. “O governo grego tem que encontrar uma forma de ser mais activo, os credores privados também tem que dar mais contribuições, por exemplo, de forma a chegaram a acordo”, sublinhou.
O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, salientou a necessidade de colocar o programa actual “de volta aos trilhos”. A Grécia está a contar com uma ajuda de 14,5 mil milhões de euros até 20 de Março para escapar ao incumprimento do pagamento.
“O prazo é apertado, mas estamos absolutamente focados no objectivo de levar as negociações a bom termo até o final da semana”, referiu o primeiro-ministro grego Lucas Papademos.
Finalmente, a proposta da Alemanha para um comissário nomeado pela União Europeia, para vigiar as contas gregas, levantou consternação em Atenas, e também entre outros governos europeus.
“A Grécia é uma nação soberana e deve promulgar as promessas que fez”, disse Nicolas Sarkozy, uma das vozes que defenderam a soberania da Grécia.