Os CEO das 500 maiores empresas mundiais ganharam 272 vezes mais do que seus funcionários, segundo denunciou um relatório de pagamento de executivos da AFL-CLIO, que analisou a remuneração do S&P 500 – de acordo com o estudo, em média, os CEO receberam 16,7 milhões de dólares (cerca de 15,2 milhões de euros), um aumento de 4,57 milhões de euros na última década.
De acordo com a publicação ‘Insider’, o aumento dos pagamentos aos CEO fez diminuir o pagamento dos seus funcionários em 2022, o que ilustrou uma lacuna que gerou um número vertiginoso de greves e ações dos trabalhadores, que reclamam salários mais elevados e melhores condições.
“Realmente pensamos que é importante que, quando as empresas nos dizem que não podem pagar ou que não funciona para o seu modelo de negócios, precisamos observar o que estão a fazer com a remuneração dos executivos”, referiu Duncan Crabtree-Ireland, diretor executivo nacional e negociador-chefe do sindicato de atores SAG-AFTRA – que atualmente tem mais de 100 mil membros em greve.
De acordo com o relatório, a diferença de 272 vezes significaria que um trabalhador média iria demorar cinco vidas úteis para ganhar tanto quanto os principais chefes.
No entanto, a remuneração dos CEO caiu 9% entre 2021 e 2022: Brandon Rees, vice-diretor da AFL-CIO, garantiu que isso deveu-se aos CEO terem optado por pagamentos em opções de ações. “Sob qualquer perspetiva, o pagamento do CEO ainda está fora do padrão em termos históricos”, observou.
No relatório, a maior taxa de remuneração em todos os setores foi em serviços de comunicação, onde o pagamento do CEO superou os salários dos trabalhadores 508 vezes – em média, recebiam quase 34,7 milhões de euros.
