A JMJ em números: 1,5 milhões de pessoas, 160 milhões de euros gastos, e Papa Francisco durante 28 horas

O Papa Francisco estará 128 horas em Lisboa. Chega às 10:00 de quarta-feira, 2 de agosto, e regressa a Roma às 18:15 de domingo, 06 de agosto.

Francisco vai estar presente em 19 cerimónias, desde as boas-vindas à Via Sacra, no Parque Eduardo VII, encontros com jovens, estudantes, bispos, visita um centro de assistência no Bairro da Serafina, Lisboa, além de se deslocar a Fátima, onde estará cerca de duas horas, para rezar pela paz e contra a guerra na Ucrânia.

A JMJ é um encontro dos jovens de todo o mundo com o Papa. É, em simultâneo, “uma peregrinação, uma festa da juventude, uma expressão da Igreja universal e um momento forte de evangelização do mundo juvenil”, segundo a organização. Acontece todos os anos a nível diocesano, até 2020 por altura do Domingo de Ramos e, a partir de 2021 no Domingo de Cristo Rei. A cada dois ou três anos ocorre como um encontro internacional, numa cidade escolhida pelo Papa, sempre com a sua presença.

A JMJ Lisboa 2023 vai realizar-se de 1 a 6 de agosto e as principais iniciativas decorrerão em Lisboa, no Parque Eduardo VII, na zona de Belém e no Parque Tejo (a norte do Parque das Nações e em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures).

Além das principais cerimónias com o Papa Francisco, como a Via-Sacra (dia 4), Vigília (dia 5), Missa final (dia 6), estão previstos dezenas de eventos como concertos, conferências, feira vocacional, reflexões, em múltiplos espaços da capital.

É difícil prever, mas a organização estima que estejam em Lisboa entre um milhão e 1,5 milhões de pessoas ao longo da semana da jornada e também na semana anterior, em que os jovens estarão nas várias dioceses do país.

Segundo a organização, a previsão é de um milhão de pessoas no Parque-Tejo nos dias 5 e 6 de agosto. Nos dias 1, 3 e 4 de agosto, no Parque Eduardo VII, prevê-se a presença de 300 mil a 750 mil peregrinos.

Não há números globais nem oficiais, mas estima-se que, no total, a JMJ vá custar cerca de 160 milhões de euros.

O Governo avançou com o número de 36 milhões de euros e a Igreja admitiu que iria gastar cerca de 80 milhões – o número foi avançado pelo bispo auxiliar de Lisboa e coordenador da jornada, Américo Aguiar, em janeiro. Há ainda duas câmaras envolvidas, Lisboa, que vai avançar com cerca de 35 milhões, e Loures, com nove a 10 milhões.

O recinto da jornada tem cerca de 100 hectares, divididos nos concelhos de Lisboa e Loures. Com a ponte Vasco da Gama em fundo, estará o altar-palco, onde o Papa Francisco participará na vigília no dia 05 de agosto e celebrará a missa no dia 06 de agosto. Para unir os dois concelhos foi construída uma ponte sobre o Rio Trancão.

Durante a jornada, vão estar destacados 16 mil elementos das forças de segurança, proteção civil e emergência médica.

Está prevista ainda a colaboração das Forças Armadas e das polícias espanhola, europeia (Europol) e internacional (Interpol).

Pelos últimos números divulgados pela organização, até ao início de julho, 313 mil peregrinos, de 151 países diferentes, haviam finalizado o seu processo de inscrição. Segundo a organização, no total, foram 663 mil peregrinos que iniciaram o processo, tendo 480 mil prosseguido para a segunda fase da inscrição.

A organização nunca apontou um número concreto de peregrinos nesta JMJ, tendo em conta as incertezas provocadas pelo pós-pandemia de covid-19 e pela guerra na Ucrânia, mas é assumido que mais de um milhão de jovens estarão em Lisboa para o encontro mundial com o Papa Francisco.

Muitos jovens que estarão em Portugal para a JMJ poderão, também, não fazer qualquer inscrição, pois a participação é livre e aberta a todos.

Dos 313 mil peregrinos com a inscrição já paga, a Espanha lidera o ‘ranking’ de países, com 58.531, seguida da Itália, com 53.803, França (41.055), Portugal (32.771) e Estados Unidos da América (14.435).

Quanto aos países africanos de língua oficial portuguesa, e de acordo com informações que têm sido divulgadas localmente, de Angola são esperados 1.500 peregrinos. Cabo Verde, com 900, São Tomé e Príncipe, com 700 e Moçambique, com 600, são outros países africanos de língua oficial portuguesa com presença garantida em Lisboa durante a JMJ.

Perto de 33 mil voluntários iniciaram o seu processo de inscrição e 22.282 já o concluíram, segundo a organização, que adianta serem 143 os países representados nesta bolsa.

A média de idade dos voluntários é de aproximadamente 30 anos. Entre os inscritos, há cerca de 900 da área da saúde, como médicos, enfermeiros e estudantes do final da licenciatura, que assegurarão a prestação de primeiros socorros.

Os voluntários têm a tarefa de orientar e ajudar os peregrinos em áreas tão distintas como a assistência a pessoas com deficiência, assistência médica, fotografia, sala de Imprensa, comunicação (Internet e redes sociais), serviço ao palco (eventos), informática, liturgia, logística, acolhimento e ‘check-in’ (a cargo do Corpo Nacional de Escutas), alojamentos, distribuição de materiais, pontos de informação, distribuição de refeições, transportes, limpeza e proteção do meio ambiente, secretaria ou traduções.

Apesar de serem voluntários para trabalhar na JMJ, estes participantes também pagam inscrição, com valores entre os 30 e os 145 euros, que, conforme o pacote, lhes dará direito a alojamento, alimentação, transporte, seguro e ‘kit’ do voluntário.

A organização da JMJ Lisboa 2023 conta já com 737 bispos inscritos, 29 dos quais cardeais, sendo a Itália o país com maior número de prelados indicado (113). Seguem-se a Espanha (77), França (75), Estados Unidos da América (76) e Portugal (45).

A maioria ficará instalada em hotéis ou casas de congregações na cidade de Lisboa.

As dioceses católicas portuguesas recebem, na semana anterior à JMJ, os Dias nas Dioceses, com milhares de jovens de todo o mundo distribuídos pelo território nacional, partindo à sua descoberta.

Os Dias nas Dioceses vão decorrer de quarta-feira, 26 de julho, a segunda-feira, 31 de julho. De fora ficam as chamadas dioceses de acolhimento, Lisboa, Setúbal, Santarém e Forças Armadas e de Segurança.

“Os Dias nas Dioceses consistem num itinerário de preparação para os peregrinos e para as comunidades anfitriãs para a JMJ Lisboa 2023. O objetivo passa por proporcionar uma experiência eclesial de partilha de fé, do ser Igreja, da comunidade, e por mostrar a riqueza das suas tradições, da cultura e do património”, sublinha a organização.

Estão inscritos, de norte a sul do país, cerca de 900 grupos de peregrinos estrangeiros, num total de 67.500 jovens de 126 países.

Os peregrinos que se inscreverem na JMJ com pedido de alojamento – um total de 214.500 até ao final de junho – vão pernoitar em instalações das dioceses de Lisboa, Setúbal, Santarém e das Forças Armadas e de Segurança, bem como em famílias de acolhimento. Mais de 7.100 famílias já manifestaram disponibilidade para acolherem jovens na semana da JMJ.

Pavilhões, associações, escolas, seminários, foram também estruturas identificadas desde o início para o acolhimento dos muitos milhares de jovens na semana de 01 a 06 de agosto, tendo a organização identificado no total de 472.926 lugares de pernoita para os peregrinos, 24.198 dos quais em famílias de acolhimento.

Até ao final de junho, 2.069 profissionais da comunicação social, de múltiplos países, haviam feito já a sua acreditação para poderem acompanhar o encontro mundial de jovens com o Papa.

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