JMJ. Alimentos e combustíveis estão entre as prioridades das autoridades: Lisboa tem horário especial noturno para abastecimento
O abastecimento de Lisboa está entre as prioridades das autoridades durante a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ): segundo o jornal ‘Expresso’, a enchente de carros e autocarros de milhares de peregrinos pode prejudicar e até bloquear o acesso dos camiões com alimentos e combustíveis na Grande Lisboa, pelo que foi criado um horário especial noturno para estes pesados chegarem até às superfícies comerciais.
“Entre a meia-noite e as 7 horas vão circular os camiões para a grande distribuição. Já os pequenos e médios comerciantes serão abastecidos entre as 7 e as 10 horas”, explicou fonte próxima da organização do evento religioso ao jornal semanário.
Uma das infraestruturas críticas é o aeroporto de Lisboa que é abastecido, todos os dias e a cada meia hora, por um camião que chega de Aveiras com combustível para abastecer os aviões. “Se começar a existir falhas no abastecimento nas aeronaves, elas não levantam voo e outras deixam de poder aterrar, provocando um efeito cascata. Ou seja, ficaria tudo empancado na Portela”, indicou – nesse cenário, turistas e peregrinos ficariam acumulados à espera de voo, sem local para pernoitar e com o risco de se gerar pânico ou revolta. Para contrariar a possibilidade, foram criadas rotas alternativas para que estes pesados não passem pelo centro da cidade, onde se espera maior concentração de veículos.
As estações de serviço dentro e em redor da cidade são igualmente críticas: muitas das gasolineiras já terão tido um reforço no abastecimento de combustível para não ficarem ‘secas’ no período de maior procura – é também “imprescindível” que tenham stocks adicionais de água e de comida, bens de primeira necessidade.
Outra grande dor de cabeça da organização é a chegada de peregrinos não inscritos na JMJ: a experiência em eventos religiosos anteriores noutros países diz que para cada um que se inscreve há outros dois que viajam sem inscrição. Atualmente são mais de 300 mil os peregrinos inscritos, o que significa que poderão estar mais de um milhão em Portugal. No entanto, muitos outros peregrinos vão viajar para Lisboa de carro, sendo também esperados centenas de autocarros que não estão contabilizados: para já, segundo o semanário, são 5.200 e a capital está preparada para receber cerca de 7 mil.
Os momentos de maior tensão são esperados nas deslocações do Papa Francisco entre a zona oriental e central de Lisboa, Fátima e Oeiras, sendo expectável que grande parte das centenas de milhares de fiéis queiram seguir de perto o percurso do Santo Padre, podendo haver peregrinos bloqueados no meio da estrada ou autoestrada, sob temperaturas elevadas. “Momentos como esses serão decisivos para se perceber se tudo vai correr bem ou, pelo contrário, se o evento será um desastre”, garantiu a fonte.
Espera-se que seja “especialmente complicado” o último dia da JMJ, com a maior parte dos peregrinos a sair de Lisboa em simultâneo nesse domingo, o que coloca desafios. “Seria muito difícil de acontecer, mas se multiplicarmos o número de autocarros, e dado o seu comprimento, podíamos ter filas com 90 quilómetros”, alertou outra fonte.