JMJ: Moedas assegura que investimento de Lisboa se mantém dentro do limite de 35 milhões de euros

A menos de uma semana da Jornada Mundial da Juventude, o presidente da Câmara de Lisboa afirma que está “tudo preparado” e assegura que o investimento municipal no evento se mantém dentro do limite de 35 milhões de euros.

No Parque Eduardo VII, onde será feita a abertura oficial da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), na próxima terça-feira, 1 de agosto, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), faz um balanço “positivo” do trabalho feito para acolher este evento organizado pela Igreja Católica, que contará com a presença do Papa Francisco.

Em entrevista à agência Lusa, o autarca reitera o otimismo relativamente ao sucesso do evento e manifesta “orgulho” perante o trabalho do município, referindo que, quando tomou posse, em 18 de outubro de 2021, não se estava ainda a fazer “absolutamente nada” na câmara para que o evento acontecesse e o Parque Tejo-Trancão “estava ainda completamente cheio de lixo, abandonado”.

Em quase dois anos de mandato foi possível fazer “algo de absolutamente extraordinário”, nomeadamente a transformação do Tejo-Trancão num parque verde, com mais de 30 hectares, com uma ponte ciclo-pedonal e com um altar-palco, infraestruturas que foram construídas a propósito da JMJ, mas que irão ficar para fruição da cidade”, aponta.

“Conseguimos criar, assim como se fez na Expo, na altura [em 1998] um projeto que era imobiliário, aqui fizemos um pulmão verde para a cidade de Lisboa e esse pulmão já está à vista das pessoas, ou seja, essa obra está feita”, declara o social-democrata, destacando ainda o investimento em equipamentos para os bombeiros, para a polícia municipal e para a proteção civil, que ficarão após o evento como “um legado à cidade”.

O autarca realça ainda o processo de divisão de tarefas, para saber quem faz o quê e quanto é que custa, o que gerou “algumas fricções”, mas, a partir do momento em que tudo ficou definido, foi possível trabalhar “muito bem” em coordenação com o Governo e com a Igreja Católica.

Apesar de assegurar que está “tudo preparado”, Carlos Moedas reconhece que “a preocupação é diária e será sempre até ao fim da Jornada Mundial da Juventude”, afirmando que as obras que o município tinha de fazer estão concluídas, o que permite “ter a capacidade de transmitir para o mundo que Lisboa é uma cidade que muito antes do evento já tinha tudo preparado”, contrariando a ideia de que em Portugal, “muitas vezes, tudo é feito à última da hora, que é preciso o improviso”.

Essa preocupação diária é vivida “com uma tranquilidade de quem já fez aquilo que era necessário fazer”, adianta o autarca, referindo que há “mais de 3.500 pessoas da câmara” a trabalhar todos os dias na JMJ, “para que tudo corra bem”.

Sobre o investimento do município na JMJ, Carlos Moedas garante que será até 35 milhões de euros, dos quais 25 milhões são investimento na cidade e 10 milhões no evento.

Como exemplo deu o parque verde do Tejo-Trancão e a ponte ciclo-pedonal, que assegura a ligação entre Lisboa e Loures e permite um percurso na frente ribeirinha desde Vila Franca de Xira até Cascais, com um total de 60 quilómetros.

O social-democrata realça ainda o investimento em bebedores na cidade, que aumentam de 200 para 400, reforçando que “muito do material que está a ser comprado fica para a cidade”.

O presidente da câmara afasta a ideia de derrapagens no custo de obras para a JMJ, que foram adjudicadas aos preços que foram anunciados, mas reforça que todas as contas serão vistas pelo Tribunal de Contas.

Relativamente a custos indiretos associados à JMJ, como o desconto de 50% no acesso a espaços culturais da cidade para os peregrinos, o autarca diz que se trata de receita que a câmara abdica e não de “investimento puro e duro”, considerando que esse montante “é marginal”.

Questionado sobre o que poderia ter sido diferente na preparação da cidade para acolher a JMJ, Carlos Moedas considera que “tudo isto poderia ter sido feito antes e ter as coisas preparadas antes”, mas o prazo apertado também permitiu mostrar a capacidade de “ser um fazedor, de ser alguém que faz, que realiza, que consegue fazer”.

“Quando arregacei as mangas naquele dia 18 de outubro [de 2021], sabia que este era um dos maiores desafios do meu mandato”, frisa, sublinhando que a preparação da JMJ foi “uma grande experiência profissional” e prevendo que seja um sucesso, mas sem ter ainda uma resposta sobre a possibilidade de se recandidatar nas próximas eleições autárquicas, em 2025.

Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para a JMJ, com o Papa Francisco, de 01 a 06 de agosto.

Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a jornada nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso de um encontro com jovens em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, e no Parque Eduardo VII, no centro da capital.

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