UE ‘despede-se’ dos veículos cromados em 2024: material cancerígeno pode ser 500 vezes mais tóxico do que o diesel

A União Europeia vai colocar um ponto final em veículos cromados até 2024: isto porque as emissões atmosféricas causadas pelo processo de galvanização são até 500 vezes mais tóxicas do que o diesel e podem causar sérios problemas de saúde – o cromo hexavalente envolvido na produção é cancerígeno e fonte de cancro do pulmão.

O processo de galvanização significa simplesmente revestir um objeto ou material com uma camada ou camadas metálicas utilizando corrente elétrica. Este processo, também denominado eletrodeposição, resulta na deposição de uma fina camada de metal sobre um material para uma maior proteção anticorrosiva. É muito utilizada na indústria automóvel.

As substâncias que podem de facto combater tais emissões, os depressores químicos de fumo, contêm substâncias perfluoroalquil e polifluoroalquil (PFAS), que também são altamente tóxicas.

A proibição está programada ocorrer em 2024 em toda a Europa, o que deixa pouca margem para as marcas automóveis encontrarem soluções – há já no entanto marcas que abriram mão do material prateado para algumas das versões das suas linhas. É isso que o Night Package da Mercedes e o Shadowline da BMW realmente fazem: apagar o cromado e substituir os elementos brilhantes pelos escuros.

O cromado não serve apenas para um brilho extra no veículo mas desempenha um papel importante na proteção anticorrosiva dos metais usados ​​no exterior do carro.

Nos Estados Unidos, em particular na Califórnia, está em marcha uma proibição semelhante mas que deverá ocorrer somente em 2039. Assim, tanto na União Europeia como na Califórnia, nenhum veículo novo pode apresentar cromagem a partir destas datas, um processo semelhante ao atravessado em 2003, quando foram proibidos o chumbo e mercúrio para uso em qualquer carro vendido na União Europeia.

De acordo com Gilles Vidal, atual designer-chefe da Renault, é necessário explorar outras soluções não poluentes. “É hora de mudarmos um pouco o jogo e abrirmos as nossas mentes além do cromo”, apontou, em declarações ao site ‘Autocar’.

As marcas têm agora de procurar soluções alternativas para a carroceria e para a cabina dos veículos – materiais como ardósia ou cortiça estão a ser experimentados. Há também a possibilidade de se usar o nível ou o zinco, assim como um revestimento de spray térmico.