Arrancam hoje audições para destituição de Trump

O processo de destituição (impeachment) do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entra esta quarta-feira numa nova fase. A Comissão do Congresso vai abrir as portas a algumas das testemunhas que já foram ouvidas à porta fechada e que acusam o chefe de Estado norte-americano de suborno e «abuso de poder».

No entanto, mesmo que Trump seja acusado, a sua destituição da Casa Branca não é automática. Só conta se tiver votos do Senado, maioritariamente composto por democratas.

A Câmara dos Representantes garantiu um lugar na história a 31 de Outubro, ao ter aprovado a votação sobre o impeachment do Presidente dos Estados Unidos, com 232 votos contra 196, os suficientes para passar a esta segunda fase do inquérito.

O telefonema

Em causa está uma chamada, em Julho passado, entre Trump e o Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenskii, a quem o republicano terá pedido ajuda para prejudicar Joe Biden, que foi vice-presidente na Administração de Obama e é um dos favoritos à nomeação democrata para as presidenciais de 2020. Esta conversa deu início a um processo de impugnação de Donald Trump, anunciado a 24 de Setembro pela presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.

Esta é a quarta vez em 230 anos que o Congresso chega perto de acusar e julgar um Presidente dos Estados Unidos. Até agora, só três presidentes americanos haviam sido alvo de impeachment: Andrew Johnson em 1868, por ter destituído o secretário da Guerra à revelia do Senado; Richard Nixon em 1974, por espionagem; e Bill Clinton em 1999, por ter mentido sobre a relação sexual com uma estagiária da Casa Branca, Monica Lewinsky. Johnson e Clinton acabaram ilibados e Nixon demitiu-se antes mesmo do início do processo.

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