Crescimento de propaganda online de polícias radicais faz soar os alarmes
Uma manifestação da Associação Sindical dos Profissionais da PSP e pela Associação dos Profissionais da GNR, marcada para o dia 21 de Novembro, em Lisboa, está a fazer soar os alarmes junto da autoridades, devido ao crescimento da propaganda online de polícias radicais.
De acordo com o “Diário de Notícias” (DN), a página no Facebook do Movimento Zero, dinamizado por elementos da PSP e da GNR sob anonimato, ultrapassou os 50 mil seguidores e só nos últimos dois meses aumentou em cerca de 166%. Esta é a oitava página de propaganda política mais activa no conjunto que é seguido pelo centro de investigação do MediaLab do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, que trabalha com o “DN” na monitorização de propaganda e desinformação nas redes sociais.
Um dos textos mais partilhados por esta página no Facebook, que se dedica a mostrar os alegados sinais de uma violência constante nas ruas e da dificuldade que os polícias têm para exercer o seu trabalho, teve mais de 3500 partilhas. Se cada utilizador tiver, em média, 150 amigos (o número oficial da rede social para o Reino Unido, que é o único revelado), o texto chega a mais de meio milhão de utilizadores em Portugal. Este é texto sobre um suicídio que o Movimento Zero atribui à responsabilidade dos «governantes»: «Mais um dos nossos que parte, colocando termo à vida no seu local de trabalho, com a sua arma de serviço. Será que os senhores governantes vão continuar a ignorar o flagelo que se vive nas Forças de Segurança?».
O protesto, classificada de «alto risco», tem o apoio do Movimento Zero, grupo criado após a condenação de agentes da PSP por agressões a moradores do bairro da Cova da Moura e que, apesar do anonimato, tanto as secretas como o departamento de informações da PSP sabem que estão a lidar com um movimento cujo núcleo duro é dinamizado por polícias, de base e oficiais, com acesso a informações privilegiadas internas das respectivas forças de segurança.
A PSP tem em alerta todo o efectivo do comando de Lisboa. «Estamos a levar muito a sério o Movimento Zero», disse ao “DN” fonte do Serviço de Informações de Segurança que está a acompanhar a evolução daquela organização. Todavia, ao contrário dos sindicatos, oficialmente registados, com rostos e representantes, o que escrevem, o que afirmam ou publicam sob anonimato, dificilmente levará a qualquer processo disciplinar ou criminal.