«Máfia do sangue». Ex-patrão da Octapharma e antigo presidente do INEM acusados de corrupção

O ex-administrador da farmacêutica Octapharma, Paulo Lalanda e Castro, e o antigo presidente do INEM e da Administração Regional de Saúde de Lisboa, Luís Cunha Ribeiro, foram formalmente acusados de crimes como corrupção activa e passiva para ato ilícito, branqueamento de capitais e fraude fiscal, no âmbito do processo «O Negativo».

«O Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), deduziu, no dia 5 de Novembro, uma acusação contra sete arguidos, incluindo, uma pessoa colectiva, pela prática dos crimes de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem, falsificação de documentos, abuso de poder e branqueamento de capitais», lê-se num comunicado do DCIAP.

Na acusação, o Ministério Público pediu ainda a condenação de dois arguidos na pena acessória de proibição do exercício de funções, bem como a perda de vantagens a favor do Estado, concretamente, de várias fracções autónomas de imóveis e da quantia total de 5.351.120,16 euros. Foi pedida uma indemnização no valor total de 149.760,28 euros.

Em causa está o esquema milionário que ficou conhecido como «máfia do sangue», em que a gigante suíça Octapharma, pela mão de Paulo Lalanda de Castro (antigo chefe de José Sócrates) e através de um esquema de corrupção que, conseguiu ganhar uma posição de monopólio no mercado do plasma humano inactivado e no fornecimento de derivados do sangue aos hospitais públicos. 

Tudo começou no ano 2000,  quando a gigante farmacêutica venceu o primeiro concurso público. Cunha Ribeiro, em representação do hospital de São João, no Porto, integrava o júri de 14 pessoas e, segundo a acusação, influenciou aquela decisão a favor da Octapharma. Desde então, segundo apurou a “TVI”, a farmacêutica que em Portugal era liderada por Lalanda de Castro, nunca mais perdeu o exclusivo da venda de plasma sanguíneo aos hospitais públicos, o que lhe terá rendido mais de 100 milhões de euros. 

Dois apartamentos e um carro de luxo, dinheiro e viagens pelo mundo em variados destinos exóticos.Tudo isto terá recebido Cunha Ribeiro ao longo de vários anos, adianta a estação de Queluz de Baixo. 

Lalanda e Cunha Ribeiro chegaram a estar presos em finais de 2016, quando avançou a operação «O Negativo». O ex-patrão da Octapharma é também arguido nos processos «Operação Marquês», da qual o principal acusado é o antigo primeiro-ministros José Sócrates, e «Visto Gold».

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