Tribunal francês condena Sonae Indústria após falência de fábrica

A Sonae Indústria e a sociedade de investimento Gramax Capital foram condenadas por um tribunal de trabalho francês a indemnizar trabalhadores de uma fábrica de painéis de partículas de madeira que entrou em insolvência, acabando por ser liquidada e fechar as portas, pouco depois de a empresa do universo Sonae a ter vendido ao grupo suíço-alemão, avança o “Jornal de Negócios”.

Depois de a 3 de Julho de 2015 a Sonae Indústria ter vendido a fábrica de madeira Darbo, onde trabalhavam 131 pessoas, a Gramax Capital anunciou um plano de investimento a dois anos, prometendo injectar 11,4 milhões de euros. Contudo, em vez de investir, a mesma empresa que deixou falir a antiga unidade fabril de roupa interior Triumph, em Loures, em Janeiro do ano passado, atirando para o desemprego perto de 500 pessoas, apresentou a insolvência da Darbo em Setembro do ano seguinte, explica o mesmo jornal.

Entretanto, os ex-trabalhadores deram entrada com várias acções judiciais contra, entre outras entidades, a Gramax Capital e a Sonae Indústria, reclamando indemnizações no valor de 13,6 milhões de euros, por alegado despedimento sem justa causa.

Segundo o “Jornal de Negócios”, a 8 de Junho passado o tribunal francês estabeleceu que a Sonae Indústria e duas sociedades da Gramax Capital teriam a obrigação de pagar indemnizações aos trabalhadores – cerca de 3,6 milhões de euros. Isto porque se deu como provado que ambas mantiveram a posição de empregadora em conjunto na Darbo. Mas a empresa portuguesa recorreu da decisão. «A Sonae Indústria está a aguardar tranquilamente a decisão do recurso que apresentou contra a decisão de um tribunal local de primeira instância, que proferiu uma decisão que lhe foi desfavorável na acção movida por ex-trabalhadores da sociedade Darbo», disse ao mesmo jornal fonte oficial da empresa presidida por Paulo Azevedo, sublinhando que a Sonae Indústria «discorda dos argumentos utilizados na decisão proferida por considerar não existir efectivamente uma situação de co-emprego».

Já no Tribunal Cível de Dax, entrou uma acção em que reclamam a anulação da venda da Darbo e o pagamento por alegados danos sofridos no mesmo montante, alegando que o negócio terá sido fraudulento e que o fecho da empresa não foi deliberadamente organizado pela parte vendedora e compradora.

Todavia, como os processos judiciais estão ainda a decorrer, a mesma fonte disse que a Sonae Indústria não pode determinar «se do seu desfecho irá resultar alguma responsabilidade». prometendo «actualizar a informação conforme resulta das obrigações legais de uma sociedade cotada».

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