Dos 230 deputados eleitos há um mês, 28 já não estão no Parlamento

Dos 230 deputados eleitos pelos portugueses para a Assembleia da República há precisamente um mês, a 6 de Outubro, 28 caras já não estão nas bancadas do Parlamento. Uma parte nunca chegou a lá ir e outros foram apenas no primeiro dia, a 25 de Outubro, a véspera de tomada de posse do executivo de António Costa, segundo o “Público”.

«A culpa é de António Costa», escreve o mesmo jornal, adiantando que o primeiro-ministro integrou nas listas de candidatos a deputados do PS por diversos distritos membros do seu primeiro Governo quando os tencionava voltar a ter neste segundo, começando por si próprio, que liderou a candidatura pelo círculo de Lisboa. Contas feitas, entre ministros e secretários de Estado repetentes e novos eleitos como deputados mas que hoje já não estão no Parlamento são 27 pessoas, o que motivou alterações em 14 dois 22 círculos eleitorais.

Como explica o politólogo do Instituto de Ciências Sociais, António Costa Pinto, esta é uma manobra comum em Portugal e admite que os eleitores possam não perceber estas movimentações. Todavia, sublinha  que os portugueses «votam mais em partidos do que em pessoas» e são os partidos que decidem quem vai ou não para deputado e por onde. Na maior parte das situações, «a ligação entre o deputado e o seu círculo eleitoral é pequena». Por esse motivo, acredita que uma revisão do sistema eleitoral que permitisse que em cada círculo se passasse a votar paralelamente no partido e em deputados iria aproximar o eleitor dos deputados que escolhesse.

As maiores mexidas ocorreram em Lisboa, pelo qual o PS elegeu 20 deputados e já mudou oito. Além de António Costa, são os casos dos ministros Mariana Vieira da Silva, Mário Centeno, Graça Fonseca e João Gomes Cravinho (respectivamente quarto a sétimo da lista), e das secretárias de Estado Susana Amador, Maria de Fátima Fonseca e Ana Sofia Antunes.

No distrito de Faro, dos cinco deputados eleitos, saíram para cargos de secretários de Estado Jamila Madeira, José Apolinário e Jorge Botelho. Em Santarém, foi metade – Alexandra Leitão (número um) e Maria do Céu Albuquerque (terceira), respectivamente para ministras da Modernização do Estado e da Administração Pública e da Agricultura. Em Setúbal, um terço dos eleitos originais sofreram um corte: Eduardo Cabrita (número dois da lista), João Galamba (quarto) e Ricardo Mourinho Félix (quinto) mantêm o seu lugar no executivo.

Há ainda outras cabeças de lista por vários distritos que também acabam por não cumprir o mandato de deputados para que foram eleitos porque estão agora no cargo de ministros. São os casos de Pedro Nuno Santos (Aveiro), Marta Temido (Coimbra), Ana Mendes Godinho (Guarda), Tiago Brandão Rodrigues (Viana do Castelo) e Augusto Santos Silva (Fora da Europa).

Já a ex-ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, do ex-ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, e dos ex-secretários de Estado José Luís Carneiro (Comunidades Portuguesas), Isabel Oneto (adjunta e da Administração Interna), e João Ataíde das Neves (Ambiente), como não integram o novo executivo, ocuparam o seu lugar de deputados na passada semana, primeiro dia do debate do programa do Governo.

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