Abusos sexuais: Igreja diz que só paga indemnizações às vítimas se for obrigada por lei

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas, foi ontem ouvido no Parlamento e sustentou que a Igreja só pagará indemnizações às vítimas abusos sexuais caso a lei obrigue a tal.

Da mesma forma, segundo o Jornal de Notícias, o responsável da CEP adianta que só vão ser afastados da Igreja suspeitos quando as denúncias que sobre eles recaem tenham “algo plausível”.

Na audição, que surgiu a pedido do PS; PSD e Chega, os socialistas mostraram-se disponíveis para subir o limite de idade até à qual as vítimas podem apresentar queixa, dos 23 para os 30 anos.

D. José Ornelas, que há pouco mais de um mês tinha admitido o pagamento de indemnizações às vítimas de abusos sexuais na Igreja, agora parece ter voltado atrás. “Indemnizar é um termo jurídico e sendo um termo jurídico, na medida em que houver um processo de indemnização, não estamos acima da lei e vamos cumprir o que a lei determinar”, disse agora o responsável.

O presidente da CEP apelou a que as denúncias deixem de ser anónimas, pois dificulta a investigação aos casos: “Se queremos ajudar a reparar o que é possível é com pessoas reais”.

Foram ainda ouvidos membros da já extinta Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa, com o PS a dizer que está “disponível” para aumentar o limite de idade para as vítimas apresentarem queixa: passa para os 30 anos. A Iniciativa Liberal tinha proposto o máximo de 40 anos.

Os membros da comissão independente pediram ainda que seja feito um inquérito nacional a todas as esferas e setores da sociedade, e não apenas à Igreja, quando a abusos sexuais, á semelhança do que foi feito em França, admitindo que o problema é transversal a várias realidades.

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