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XXIX Barómetro Executive Digest: Nelson Pires, Jaba Recordati

A análise de Nelson Pires, General Manager da Jaba Recordati

A minha participação no barómetro, desta vez, apenas se vai focar numa das questões feitas. A questão relativa “aos travões que temos que dirimir para que Portugal possa crescer”. Ou seja, os obstáculos que os empresários receiam ter de enfrentar, para cumprir a sua missão e acrescentar valor aos stakeholders. Se repararmos bem, quase todos têm a ver com o Estado. 46% dos inquiridos preocupam-se com a burocracia da máquina do estado ou com o excessivo peso do estado na economia. Mas concluímos também que 32% veem um forte obstáculo nas altas taxas de tributação das empresas e dos rendimentos de trabalho (uma das causas para os baixos salários que temos em Portugal), e pior, a imprevisibilidade da política fiscal. Finalmente 22% referem o desencontro da legislação laboral pouco flexível (agravado certamente pelas novas normas a que o governo deu o pomposo nome de “agenda para o trabalho digno”) com as necessidades do mercado laboral global e sem fronteiras, em que é tão difícil atrair e reter talento. Portanto o que os empresários e líderes aqui manifestam, é que pretendem que o estado “não estorve”. Basta que não faça nada, que pelo “não estrague” o empreendedorismo individual das organizações privadas com a sua pesada máquina burocrática e com o seu “canibalismo fiscal”. Que não retraia a capitalização das empresas, da a inovação e que não afaste o investimento directo estrangeiro. Queremos um país gerador e criador de riqueza, não queremos um país de “mão estendida” de distribuição de rendimentos e apoios sociais, que é o que temos.

Testemunho publicado na edição de Abril (nº. 205) da Executive Digest, no âmbito da XXIX edição do seu Barómetro.






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