Jack Teixeira regressa hoje ao tribunal: jovem lusodescentende arrisca pena de prisão pesada depois de divulgar documentos secretos do Pentágono
Jack Teixeira, principal suspeito de ter sido o responsável pela divulgação nas redes sociais de documentos classificados do Pentágono, tem agendada para esta quarta-feira uma audição no Tribunal Federal de Boston.
O jovem, 21 anos, militar da Guarda Nacional Aérea de Massachusetts, foi acusado de “retenção e transmissão não autorizadas de informações de defesa nacional” e de “remoção e retenção não autorizadas de documentos ou materiais classificados”. Enfrenta uma possível pena pesada nos Estados Unidos, que podem ir até 10 anos de prisão por cada informação secreta norte-americana divulgada. Segundo o jornal ‘The New York Times’, o total pode ser superior a 100 documentos.
De ascendência portuguesa – é neto de açorianos -, Jack Teixeira foi detido por alegadamente ter divulgado informações militares confidenciais, recolhidas pelos Estados Unidos sobre a guerra na Ucrânia, a Rússia, mas também a relação com aliados como Israel ou a Coreia do Sul.
O meio da divulgação: a rede social Discord, numa sala de conversação, onde – durante quatro anos – falou com cerca de 20 outros membros por escrito, por áudio ou vídeo e partilhando ficheiros diversos. Nos documentos trazidos a público podem ler-se as preocupações dos serviços secretos norte-americanos sobre a viabilidade de uma contraofensiva ucraniana contra as forças russas, devido a problemas de falta de instrução militar e de logística, bem como as preocupações dos Estados Unidos sobre a capacidade de Kiev continuar a defender-se dos ataques de Moscovo.
The criminal complaint against Jack Teixeira. pic.twitter.com/Iw9DWdVr6V
— Doug Luzader (@DougLuzader) April 14, 2023
Pentágono abre investigação “exaustiva” aos sistemas de segurança
O Pentágono anunciou a realização em 45 dias de uma investigação “exaustiva” aos seus sistemas de segurança, após ter sofrido uma das maiores fugas de documentos confidenciais.
Após o prazo, os investigadores terão de comunicar as suas descobertas iniciais e recomendações a Austin para “melhorar” as políticas e procedimentos do Pentágono no que diz respeito à proteção de informações classificadas.
Parte desse inquérito consiste em descobrir quem tem acesso a “informação sensível” tanto no Pentágono como nas suas instalações em todo o mundo, observando que os Estados Unidos também estão a abordar a questão com os seus aliados e parceiros internacionais.