Há quase duas mil queixas pendentes contra médicos
O Conselho disciplinar da Ordem dos Médicos tem neste momento 1988 processos disciplinares pendentes. Só o obstetra suspenso por causa da criança de Setúbal tem processos com mais de seis anos à espera de decisão disciplinar.
Números que, segundo o bastonário da Ordem dos Médicos, revelam pouca eficiência do conselho disciplinar: “vamos ter de melhorar de alguma forma aquilo que é o funcionamento dos conselhos disciplinares. Isso vai ter de ser tratado. Se bem que, neste momento, tenha de se instituir um plano especial, tipo um plano Marshall, para recuperar todos os casos que estejam pendentes, no sentido de, rapidamente, os casos serem avaliados, as pessoas serem julgadas e as penas, se existirem penas, serem aplicadas”, afirmou Miguel Guimarães à TSF.
Em causa, está a polémica levantada pelo caso do bebé que nasceu com malformações graves que não foram detetadas pelo obstetra Artur Carvalho, que já tem várias queixas na Ordem.
O representante dos médicos considera que este é um caso “complexo” e “grave”, mas que não deve ser considerado a norma: “Não podemos confundir a árvore com a floresta”, sublinhou.