Subida do IVA teria efeito catastrófico nas vendas automóveis

Mercado auto Um agravamento de 1,0% na taxa de IVA provocará uma quebra de 4,25% das vendas de veículos ligeiros de passageiros, referiu hoje Ricardo Ferreira Reis, professor da Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade Católica Portuguesa, na abertura da 4^Conferência de Gestão de Frotas, promovida pela revista Fleet Magazine. Nas vendas de comerciais ligeiros o impacto seria ligeiramente inferior, na ordem dos 3,28%, dado que neste tipo de veículos as empresas e os profissionais por conta própria podem deduzir fiscalmente do IVA. O professor da UCP, que usou como base séries longas de estatísticas da ACAP trabalhadas pelo núcleo de estudos da FCEE/UCP, aconselhou os decisores políticos a ponderarem com muita cautela qualquer alteração nas taxas de IVA. De acordo com os dados, a crise económica dos últimos anos refletiu-se de uma forma muita intensa no mercado automóvel, com as vendas de veículos ligeiros de passageiros a atingirem um mínimo histórico mensal de 5442 unidades, em Agosto de 2012. Para termo de comparação, o pico vendas desde 1991, o início dos registos da ACAP, foi atingido em Março de 1999, com 33.943 unidades. Um valor cerca de seis vezes superior. O padrão de vendas trimestrais do mercado alterou-se profundamente em 1998, quando asas matrículas passaram a indicar o mês e ano de registo. O peso das vendas do último trimestre de cada ano diminui, em favor do primeiro trimestre do ano seguinte, muito embora o último trimestre se tenha mantido como um dos mais importante para as vendas, devido às campanhas de Natal e de fim-de-amo, com as marcas a aproveitaram a folga de liquidez do  subídio. Pela mesma razão, também o segundo trimestre ganhou peso, devido ao pico sazonal pré-férias Na venda de comerciais ligeiros não há tanto padrão de sazonalidade com a crise, embora o último trimestre tenha ganho peso com a crise, com as empresas a recorrerem ao dinheiro que sobrou no final de cada ano para o investimento em frotas. Ricardo Reis adiantou que as vendas de veículos comerciais são um bom indicador avançado da evolução do PIB e do consumo interno, sobretudo na componente de procura de bens duradouros. E avisou que a actual conjuntura de incerteza política já estará a ter, segundo esse indicador avançado, um efeito de travagem sobre a evolução da economia.]]>