Huawei multiplica por 60 despesa com lobbies
A gigante chinesa das telecomunicações Huawei pagou 1,8 milhões de dólares (1,6 milhões de euros) em lobbies nos Estados Unidos, durante o terceiro trimestre deste ano. O objectivo? Sair da lista negra da Administração Trump, que a impede de fazer negócios com empresas norte-americanas.
De acordo com a “Bloomberg”, a empresa multiplicou por 60 as suas despesas com esta actividade. Uma fatia de 1,7 milhões foi para pagar os serviços de Michael Esposito, presidente da Federal Advocates e angariador de fundos para a campanha de reeleição do presidente norte-americano e do Comitê Nacional Republicano.
E a Huawei, segundo o “Politico” não é a primeira empresa chinesa a gastar uma fortuna para influenciar a Administração Trump. A ZTE gastou milhões de dólares em Washington para pagar a Joe Lieberman, antigo senador independente dos Estados Unidos, e ao republicano Norm Coleman. Já a americana Qualcomm gastou 1,3 milhões de dólares no segundo trimestre do ano para manter uma equipa de oito lobistas do escritório de advogados Covington & Burling.
Durante este período, entre 30 de Agosto e 30 de Setembro, a Huawei também terá pago cerca de 80 mil euros à empresa Squire Patton Boogs, que trabalharia para chinesa.
O valor pago pela Huawei contrasta com alguns dos mais poderosos players norte-americanos, como a Associação de Tecnologia do Consumidor, o Instituto Americano de Petróleo e a Federação Nacional de Negócios Independentes, que gastaram um milhão de dólares, cada um, no terceiro trimestre.
De acordo com o “Cinco Días”, Esposito terá pressionado a Casa Branca, o Departamento de Comércio e o Escritório de Indústria e Segurança dos Estados Unidos em nome da Huawei. Contudo, para já, Trump apenas «planeia emitir licenças que permitirão que algumas empresas norte-americanas forneçam bens não sensíveis» para a chinesa.