Tribunal recusa liberdade condicional a fundador da WikiLeaks

O fundador da organização Wikileaks, Julian Assange, foi esta segunda-feira ao Tribunal de Londres para saber se tem direito a condicional, enquanto aguarda o julgamento do processo de extradição para os Estados Unidos, que deverá acontecer em Fevereiro de 2020, avança a “Reuters”.

À entrada da sessão, segundo a “Reuters”, Assange ergueu o punho em direcção aos apoiantes que enchiam a galeria pública do Tribunal de magistrados de Westminster. Os advogados de Assange pediram a sua libertação por motivos de saúde, mas não conseguiram convencer a juíza Vanessa Baraitser.

Mark Summers, o advogado que representa Assange, também pediu mais tempo para preparar a defesa do fundador do  Wikileaks contra as acusações dos Estados Unidos, mas a juíza esteve irredutível e manteve agendada uma audição de cinco dias em finais de Fevereiro, com audições intermédias em Novembro e Dezembro.

O fundador do WikiLeaks considera que o seu caso não é «justo» porque o Governo dos EUA possui «recursos ilimitados», além de não facilitar o acesso aos seus advogados ou aos documentos de que necessita para preparar a sua batalha legal contra a extradição, ao permanecer detido na prisão Belmarsh, nos arredores de Londres.

O activista, de 48 anos, que esteve quase sete anos de exílio na embaixada do Equador em Londres, enfrenta 18 acusações nos Estados Unidos –  17 das quais feitas pela administração Trump -, por alegada conspiração e acesso ilegal a informações confidenciais norte-americanas.

Assange ficaria conhecido em 2010, quando o WikiLeaks fez manchetes depois de ter publicado um vídeo em que mostrava soldados americanos a disparar contra civis no Iraque em 2007.  Nesse ano, o australiano chegou a estar nomeado para Nobel da Paz. Mas foi a partilha de documentos confidenciais dos Estados Unidos que irritou os líderes norte-americanos, o presidente russo Vladimir Putin e membros da família real saudita.

Julian Assange refugiou-se na embaixada do Equador em Londres em 2012, para evitar a extradição para a Suécia, onde foi acusado de violação e de outros crimes sexuais cuja autoria nega. Em Abril deste ano, foi expulso. Agora, enfrenta um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos e, devido ao risco de fuga, Assange continuará detido numa prisão de alta segurança até 25 de Fevereiro, quando terão início as audiências para a extradição.

A Suécia, recorde-se, também voltou a pedir a extradição do fundador do Wikileaks. O caso estava encerrado, mas foi reaberto em Maio deste ano.

(Notícia atualizada às 15h55 com decisão da juíza)

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