Há cada vez mais brasileiros ricos em Portugal e estão a atrair gestores de fortunas
Há cada vez mais brasileiros ricos em Portugal. Bancos como o Itaú Unibanco Holding SA e o Banco Bradesco SA estão já a olhar para o país como um bom negócio e têm planos para abrir escritórios de gestão de fortunas em território português, avança a “Bloomberg”.
«Estamos a estudar a possibilidade de ter alguns banqueiros lá[em Portugal]», disse Luiz Severiano Ribeiro, chefe do banco privado global Itau, o maior gestor de fortunas do Brasil. «Temos clientes que se mudaram para Portugal e acreditamos que estar perto deles é uma vantagem», acrescentou.
De acordo com a “Bloomberg”, Portugal está a atrair estrangeiros com incentivos fiscais e autorizações de residência para não europeus que adquiram imóveis no valor de mais de 500 mil euros. Para os brasileiros, a língua também é um factor que pesa, assim como a segurança no país, que ocupa o 3.º lugar no 2019 Global Peace Index. Já o Brasil ficou-se pela 116ª posição na tabela.
No final de 2018, eram já 105.423 os brasileiros a viver em Portugal, mais 23% do que no período homólogo, segundo dados do Serviços de Estrangeiros e Fronteiras. Nesse ano, emigraram 28 mil brasileiros para Portugal, ou seja, mais do dobro do que havia sido registado em 2017.
«Ainda não temos uma decisão final, mas acredito que há negócio para nós em Portugal», afirma Renato Ejnisman, director de Private Banking global do Bradesco, sediado em Osasco, o segundo maior gestor de fortunas do Brasil.
A XP Investimentos SA e o Banco BTG Pactual SA já estão a iniciar negócios de private banking em Portugal.
A BTG, sediada em São Paulo, planeia ter até cinco banqueiros em Lisboa, de acordo com o sócio Luiz Raphael Guinle. «Muitos brasileiros, principalmente do Rio de Janeiro, estão a mudar-se para Portugal, para a Europa e para os Estados Unidos, mas sobretudo para Portugal», aponta Guinle, sublinhando que o brexit é um incentivo extra para que os brasileiros residentes em Londres considerem mudar-se para Portugal.
Dados recolhidos pela Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal mostram também que, além de os brasileiros representarem a maior fatia de estrangeiros residentes em Portugal (22%), são também os maiores investidores no mercado imobiliário de Lisboa.