Falta sangue nos hospitais da Grande Lisboa e no Sul do país para responder a todas as situações de emergência. Médicos fazem apelo
Nos hospitais da Grande Lisboa e no Sul do país há falta de sangue, um problema que não é de agora, visto que há vários anos que é o Norte de Portugal a colmatar as falhas no território.
Diariamente, existe um maior número de dádivas na região Norte, contudo é a região de Lisboa e Vale do Tejo a que tem maiores consumos. Como tal, é necessário que o país trabalhe como um todo.
O mundo rural e o interior fornecem sangue às grandes cidades. “Tivemos de ir buscar ao Norte, não tínhamos sangue, foram dias muito difíceis”, revelou um profissional de saúde à TVI ao destacar que o Instituto Português do Sangue recorre, praticamente todos dias, ao Norte.
Em 2022, o Centro de Sangue e da Transplantação do Porto mobilizou para Lisboa cerca de 30% da sua produção de concentrados eritrócitos, 24 mil componentes eritrocitários, o que explica o facto de ser um dos centros de recolha de sangue que mais contribui para o resto do país, assim como os de Coimbra e de Lisboa, que representam cerca de 60% das unidades de Portugal, sendo que o restante deveria ser assegurado pelas dádivas hospitalares.
O Hospital de São João, no Porto, a seguir aos três centros do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), representa também uma capacidade da sua própria autossuficiência. Já Lisboa, como é a capital, “tem sempre um défice porque tem muita concentração de hospitais pesados”, explicou o profissional de saúde ao acrescentar que “como qualquer capital europeia necessita do aporte que muitas vezes não é só conseguido fazer pelo Centro de Sangue e da Transplantação de Lisboa”.
Assim sendo, o apelo mantêm-se como anteriormente: é necessário que sejam feitas dádivas de forma controlada e regular para que Portugal continue a ocupar um lugar cimeiro no panorama da doação e transplantação a nível mundial.