Probabilidade de conflito nuclear está “ao nível mais alto em décadas”, alerta vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Ryabkov, alertou para a possibilidade de uma escalada nuclear, na sequência da notícia de que o Reino Unido está a fornecer armas à Ucrânia que contêm urânio empobrecido.
A probabilidade de um conflito nuclear está agora “ao nível mais alto em décadas”, reiterou Ryabkov em declarações relatadas por agências noticiosas russas, citadas pela Sky News. No seu discurso, expressou também que não se pode ainda falar de negociações com os Estados Unidos da América (EUA) sobre a restauração do tratado de redução de armas nucleares New START, que a Rússia decidiu sair do tratado em fevereiro.
Ainda que o urânio empobrecido tenha a capacidade de penetrar mais facilmente em tanques e armaduras, devido à sua densidade e outras propriedades físicas, não pode ser considerado como uma arma nuclear, informou o Instituto de Investigação de Desarmamento da Organização das Nações Unidas (ONU).
Não é apenas a atitude do Reino Unido que está a incomodar a Rússia, também o facto de os EUA terem anunciado recentemente que vão continuar a enviar drones para sobrevoar o Mar Negro tem perturbado, dado que no início do mês um avião de combate russo colidiu com um drone americano.
“Encontrámo-nos em conflito aberto com os EUA”, admitiu Ryabkov ao salientar que o governo de Joe Biden está “a provocar Moscovo” que terá, nas suas palavras, de “tomar medidas de retaliação”.
Após o anúncio de que as munições de urânio vão fazer parte da guerra na Ucrânia, que teve inicio a 24 de fevereiro de 2022 dia em que a Rússia lançou uma “ofensiva militar especial”, como designa, a NATO decidiu alertar os seus soldados no campo de batalha: “O seu principal objetivo é destruir os tanques”.
Vladimir Putin justificou a invasão à Ucrânia com a necessidade de “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, ofensiva militar que levou a União Europeia (UE) a responder com vários pacotes de sanções internacionais. Para assinalar o aniversário da guerra, os aliados ocidentais da Ucrânia anunciaram o reforço do apoio militar a Kiev.
A invasão russa desencadeou uma guerra de larga escala que deixou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Não é conhecido o número de baixas civis e militares do conflito, contudo diversas fontes, entre as quais a Organização das Nações Unidas (ONU), admitiram que será elevado.