Ensaio. Tesla Model S Plaid: ‘Love brand’ nos dias de hoje, inovadora e tecnologicamente evoluída mas com uma concorrência atenta

Por Jorge Farromba

Ao longo dos anos ou das décadas temos assistido a mudanças enormes no sector automóvel!

Ninguém imaginava que o diesel viesse a ter sucesso nos veículos familiares ou sequer ser líder de vendas e depois que o elétrico surgisse em força!

Mas também a par destas alterações, as marcas vêm inovando na oferta de soluções como o Yoke (volante) e os piscas (no volante) da Tesla, o e-pedal da Nissan, o comportamento, qualidade e desenho da VW Multivan, a criação do elétrico citadino acessível (bem prático) da Dacia, o conceito automóvel “human centered” como é exemplo o Inception da Peugeot, um veículo para “cidade” – o SMART, as inovações Stellantis, entre tantas centenas de exemplos!

Aliás é esta indústria, a par da medicina e da aviação, uma das mais completas e inovadoras. O “sair fora da caixa” das marcas, a aposta na I&D é também um dos modos das marcas apresentarem novas soluções aos seus seguidores, aos não seguidores (e potenciais clientes) e talvez ao segmento mais interessante – aqueles que nem sabiam/conheciam estas inovações.

Daí ser para mim um privilégio sentar-me, dia a dia, em cada um destes automóveis, porque acreditem, todos têm uma bela história para nos contar e para vos fazermos chegar!

A Tesla tem o condão de fazer despertar muitas emoções. É, tal como a Apple, uma love brand e, por isso mesmo, sempre que lança um produto, coloca sempre nele novidades. E, desta vez com o novo S Plaid a situação foi mesmo invulgar. A destacar: 3 motores elétricos, 1020cv, chassis novo, um painel de instrumentos, a reinterpretação do volante com o YOKE, piscas no volante, ausência de manetes no volante. Todo um manancial para explorar.

O Yoke intrigou-me desde o início!

Mas sendo teimoso (ou gostando de factualmente compreender) é importante tentar perceber os motivos pelos quais uma marca decide arriscar deste modo!

E, para isso fiz mais de 300kms seguidos para o entender (ou pelo menos tentar)! AE, cidade e estradas com rotundas!

Ao fim de vários kms começo a habituar-me à posição das mãos, com a vantagem de como estão centradas a minha posição corporal é mais correta!

A curvar já me habituei a tirar, em certas rotundas ou mudanças de direção na cidade, uma das mãos do volante e colocar a outra no topo do volante!

Adoro os piscas no volante! São ergonómicos e de tão simples, uso-os mais do que na manete (além disso a marca poupa na manete e no sistema de retorno do pisca).

Mudava o botão dos máximos para junto aos piscas e, do mesmo modo, o da buzina, pelo simples motivo que, não distendo a mão do volante mas somente o dedo!

O volante é demasiado largo? Se tivesse menos largura, obrigava-me a uma posição de ombros menos correta, além de que não conseguiria poisar o braço no apoio! É certo que tapa alguns botões do ecrã central mas talvez seja aí que se possa melhorar.

Em resumo, talvez este risco do volante foi assumidamente mais correto que incorreto! Certo é que ao fim de mais de 5 horas me comecei a habituar a ele! Podia ser diferente? Talvez!

Percebi também que o S Plaid é confortável, mesmo com a suspensão desportiva e o software muito user-friendly! A atualização do pisca, de desligar quando muda de faixa é prática! Os vidros duplos insonorizam o habitáculo corretamente!

Já existem soluções empresariais para “fechar” este volante (uma espécie de tunning) mas talvez a solução passe por uma direção mais direta com redução do ângulo do volante e aumento do raio de viragem!

Uma nota relevante! Os travões que no Y são algo esponjosos após travagens sucessivas, aqui, a travagem é poderosa e constante!

E o que dizer do conforto, comportamento e espaço a bordo?

Testei o modelo com os vários tipos de suspensão adaptativa e, mesmo na desportiva é confortável. Em termos de comportamento nada a dizer. Simples: é apontar o S para a curva e não foge, não derrapa. Só sentimos as forças G e não nos podemos assustar com as velocidades conseguidas!!! Um comboio (bem rápido) com rodas!

O espaço a bordo é bom, sendo que os bancos são muito confortáveis, se bem que atrás não temos local para encaixar os pés por baixo do assento.

Relativamente aos 1020cv, algo a dizer?

Acelerar dos 0 aos 100 em 2.1segundos é delirante para o condutor e imersivo para os restantes passageiros. Tudo acontece em total segurança, mas muito, muito, mesmo muito rápido. O modo como descarrega a potência logo no arranque é fantástico. Não treme, não se amedronta. Quase parece um elástico!! E ter esta potência sempre disponível, a par de um comportamento irrepreensível, de uma qualidade interessante, de muitas inovações, de um sistema de som de alto nível, de software evoluído, de um sistema de “guiamento” da estrada que mantém o TESLA na sua faixa de rodagem, até torna os 140 mil euros baratos, face a outros veículos seus concorrentes em termos de potência, conforto e comportamento. Virá um Model S mais “calmo”, por 90 mil euros.

Em resumo, vale a compra?

Bastaria falar de toda a tecnologia oferecida e inovação para fazer dele uma vantagem competitiva. A reputação que tem também ajuda. Confesso, que na altura de o entregar custou-me. Não somente pelos 1020cv, mas porque já me tinha habituado a ele e já gostava das muitas funcionalidades. Mas isto acontece-me amiúde em vários modelos de várias marcas 😊

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