LEAF: uma aventura pelas estradas de Portugal
Bom, estranho País este em que chove imenso e, no dia seguinte temos um aprazível dia de sol. E inicia-se mais uma semana com o LEAF, desta vez para ir para o centro de Lisboa.
Creio que acontece com todos nós quando queremos comprar algo que passamos a vida a encontrar esses produtos “em cada esquina”. E, o meu pensamento foi, se existiam muitos carros elétricos a circular no “miolo” de Lisboa. De facto encontrei imensos LEAF’s (garantidamente também por conduzir um) mas muitos veículos elétricos da Renault e sobretudo muitos Tesla.
Esperava, confesso, encontrar viaturas de pequena dimensão – mais citadinos – mas essa não é a realidade. Uma outra realidade é a Carris, cada vez mais com viaturas, algumas elétricas outras a gás natural e, já lá vai o tempo de muitas delas fumarentas.
Também fui fazendo um exercício mental durante esta semana dos acidentes por Lisboa e, curiosamente, sem qualquer base científica, deu para perceber que maioritariamente são viaturas com ausência de sistemas de prevenção automática de acidentes (verifica-se pela idade dos modelos) e raramente (também motivado pelo ponto anterior), raríssimas são viaturas elétricas. Torna-se por isso importante o Estado investir não somente na erradicação de algumas facilidades nos centros de inspeção e num aumento da fiscalização mas também, em potenciar uma rápida transição do envelhecido parque automóvel com mais de 13 anos em média de idade de uma viatura, para outras, onde a segurança é um porta-estandarte e os sistemas de segurança, como manutenção de faixa de rodagem, câmara traseira de estacionamento, sensores de estacionamento, ângulo morto e travagem de emergência, são o garante de menos acidentes, menos feridos, maior presença e produtividade nas empresas (porque não se precisa tirar baixa ou faltar) etc etc.
E, foram estas as minhas divagações neste primeiro dia.
Terça feira, resolvo de novo efetuar o percurso com o LEAF, ao final do dia para a Parede e, mais uma vez constato que a 2ª circular é um parque de estacionamento permanente, a par de uma A5. Motivos? Muitas viaturas, muitos acidentes, mas sobretudo têm de ser criadas soluções para estes temas. Todos eles influenciam mesmo a saúde mental e a qualidade de vida de quem por aqui passa os dias. Não é comportável passarem-se horas no trânsito.
E, ao final da noite, a calma é outra pois venho pela marginal para Lisboa. Ao longe vejo barcos, vejo pessoas a passear na Marginal e vejo uma “outra Lisboa”. A que todos ambicionamos ter: serena.
Quarta-feira e inexplicavelmente um dia sem trânsito na 2ª circular e no miolo da cidade, pelo menos antes das 8:00 da manhã. Tudo isto por causa de dois acidentes: na A1 e na entrada da 2ª circular zona sul. Tal diz bem da importância da 2ª circular.
Nestas minhas aventuras com o elétrico da Nissan pela cidade verifico também a velocidade diminuta a que circulam os autocarros, principalmente na faixa bus, vocacionada preferencialmente para eles, seja por encontrarmos viaturas particulares ali a circular, seja por condicionantes da via (veículos em 2ª fila), seja por não existir um sistema de automatização da rede semafórica que, ao aproximar-se um autocarro ou ambulância automaticamente a rede semafórica lhes atribui prioridade. Se pretendemos implementar uma rede de transportes eficiente e vocacionar os utentes para o transporte público, a rede e os mecanismos, os processos e os procedimentos têm de ser criados da rede BUS para fora e não como até aqui, adaptar a rede BUS à rede viária.
E, mais um dia se passa e mais um jogo de final de dia de Padel em Oeiras. Não foi mau, demorei 1h para fazer 33kms !!!!!! que média horrível considerando que na 2ª circular posso circular a 80km/hora e na A5 a 120km/hora.
Pois é, quinta feira, antes do Natal e prevejo que muitos Lisboetas já saíram. Engano meu. Quinta e sexta feira, são dias intensos. De trânsito, de incidentes (carros parados e avariados…) e de acidentes.
Mas é Natal! E vamos levar o LEAF para a estrada. 280kms para cumprir. Autonomia no visor – 375kms. Na teoria tudo ok. Na prática sabemos que o trajeto é estrada e AE e, portanto, não existe regeneração. Muito trânsito. Afinal o pessoal quis mesmo sair de Lisboa a 23 de Dezembro. Curiosamente e ainda bem, zero acidentes, mas muitas viaturas avariadas na berma. Muitas manobras perigosas, diria de pessoas muito habituadas a condução em cidade e pouca em estrada e, muitos condutores somente na via da esquerda. Muita GNR a circular dissuadindo manobras perigosas.
O LEAF, confortável e seguro fez o seu trajeto evidenciando um comportamento já referenciado como competente. A bateria daria para os 280kms mas, considerando o percurso, efetuei uma paragem técnica de 20 minutos em Abrantes para o “aconchegar” com mais uns Kms de autonomia. 286kms depois atingiu o destino, sem stress e sem angústias. Tinha várias alternativas pensadas para o carregamento, desde o Entroncamento, Abrantes, Castelo Branco ou Covilhã.
Em resumo, o automóvel elétrico é hoje o meio escolhido para nos locomovermos. Podemos ser mais ou menos abertos/adeptos à mudança, mas ao dia de hoje este é o caminho a trilhar e temos de nos adaptar. As viaturas como o Nissan Leaf nada diferem em comportamento, segurança, fiabilidade, conforto, dos motores a combustão. Só muda o motor.